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Delator diz que Eduardo Cunha usou banco falido para lavar dinheiro

Na investigação, foi informado ainda que o MDB usava o BVA para coletar propina a políticos do partido

atualizado

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Eduardo Cunha foi presidente da Câmara entre 2015 e 2016.
1 de 1 Eduardo Cunha foi presidente da Câmara entre 2015 e 2016. - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Mateus Coutinho de Sá, ex-executivo da OAS, revelou em delação premiada que o banco BVA intermediou o pagamento de propinas a políticos do MDB. Segundo o delator, o banco recebeu R$ 6,5 milhões da empreiteira para serem repassados a políticos filiados à legenda no Rio de Janeiro.

Coutinho de Sá também disse que o Partido Verde (PV) recebeu R$ 700 mil irregularmente, mas sem a participação de intermediários. Ramilton Lima Machado Júnior afirmou em delação que o Partido Socialista Cristão (PSC) recebeu, também sem participação de intermediários, R$ 800 mil.

Segundo informações do jornal O Globo, Alexandre Barbosa, responsável pela área internacional de geração de contabilidade clandestina da OAS, afirmou que a empreiteira mantinha esquemas de fraudes em contratos em seis países. Para o pagamento de propina ao PMDB, foi elaborado um contrato fictício que simulou a produção de um estudo sobre uma obra no Peru. Barbosa chegou a viajar até Lima para obter dados que depois foram usados no documento falso.

Investigadores da força-tarefa Greenfield já haviam localizado uma conta no exterior em nome de José Augusto Ferreira, ex-dono do BVA, na qual foram depositadas propinas pagas em parcelas ao ex-deputados Eduardo Cunha (MDB) pela Carioca Engenharia.

O banco BVA decretou falência em 2014. Ferreira admitiu em depoimento à Polícia Federal que pediu ajuda à Cunha, com quem se relacionava amigavelmente, para marcar uma reunião no Banco Central. Os investigadores acreditam que Cunha utilizou a conta de Ferreira para lavagem de dinheiro.

As evidencias entregues pela OAS também reforçam provas de que o PMDB usava o banco BVA como um banco de propina.

Na delação, homologada em março de 2018 pelo ministro do Supremo Tribunal Federa (STF) Edson Fachin, os delatores da OAS citaram que ao menos 21 políticos receberam repasses que somam R$ 125 milhões. Fachin recebeu de Raquel Dodge, procuradora-geral da república, uma solicitação de abertura de investigação sobre o envolvimento entre BVA e o PMDB, juntamente com um resumo das acusações colhidas nos 217 depoimentos dos ex-executivos do banco.

Ainda segundo o delator Mateus Coutinho de Sá, o PV recebeu em 2010 o repasse de R$ 700 mil oriundo de caixa dois, que foi negociado como então deputado federal Alfredo Sirkis. Naquele ano o partido participou das eleições para presidente com a candidatura de Marina Silva, que atualmente migrou par a o Rede. Porém, o documento assinado por Dodge não há qualquer menção ao nome de Marina.

De acordo coma delação de Ramilton Lima Machado Júnior, à pedido do então presidente da OAS, Léo Pinheiro, o banco realizou o “repasse indevido de R$ 800 mil a Rogério Vargas, tesoureiro do PSC”.

Resposta
Sirkis declarou que todas as doações recebidas pelo PV foram feitas dentro da lei. “Houve duas doações legais de R$ 200 mil para todas campanhas naquele ano e foram declaradas à Justiça Eleitoral”, afirmou.

A assessoria de imprensa do PSC declarou em nota à imprensa que a delação é desprovida de prova e que “todas as doações recebidas pelo PSC obedeceram à legislação e foram devidamente apresentadas à Justiça Eleitoral”.

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