Delação de Élcio Queiroz prevê proteção à família e evita júri popular
O acordo fechado para que o ex-policial militar detalhasse a morte de Marielle Franco prevê ainda o cumprimento de mais 8 anos de prisão
atualizado
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O acordo de delação premiada do ex-policial militar Élcio de Queiroz sobre as mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes concede a ele benefícios como proteção à sua família; transferência da Penitenciária Federal de Brasília para a Papuda, um complexo estadual; e mais 8 anos de detenção em regime fechado, sem necessidade de passar por júri popular.
Mesmo após ter confessado sua participação no crime, Élcio acordou os benefícios em troca de informações à polícia e ao Ministério Público.
Segundo informações da Coluna Na Mira, após dar detalhes sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, Élcio de Queiroz será transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. Inicialmente, ele ficará alocado no Centro de Detenção Provisória (CDP). O preso estava detido na Penitenciária Federal de Brasília.
Com os novos desdobramentos, a investigação sobre o caso Marielle Franco avança para descobrir quem foram os mandantes e qual o motivo da execução.
O que Élcio de Queiroz revelou em sua delação:
- Ronnie Lessa foi o executor de Marielle Franco, em 2018;
- Ronnie Lessa tentou matar Marielle Franco em 2017;
- A placa do carro utilizado no crime foi trocada, e a antiga, jogada fora;
- Os criminosos escolheram o aplicativo de mensagens Confide para cometer o crime;
- O ex-policial militar Edimilson Oliveira da Silva (“Macalé”), executado em 2021, foi quem intermediou o diálogo entre mandantes e executores;
- O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, preso na última segunda-feira (24/7), era o responsável por pagar a defesa dos envolvidos.
Além da mudança de penitenciária e da proteção à família, Élcio recebeu outros benefícios com a delação. Entre eles, está a possibilidade de não ir a júri popular e cumprir mais 8 anos de cadeia em regime fechado (ele já cumpriu 4 anos da pena).
Entenda
Élcio de Queiroz foi o responsável por dirigir o carro, um Cobalt prata, utilizado no dia da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 março de 2018.
Ele está preso desde 2019, na mesma época em que o ex-policial reformado e autor dos disparos que mataram a vereadora, Ronnie Lessa, também foi encarcerado.