Déficit habitacional do Brasil é superior a 6 milhões de domicílios
Dados de déficit habitacional são de 2022 e foram divulgados pela Fundação João Pinheiro (FJP). Veja o ranking de estados
atualizado
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Dados divulgados pela Fundação João Pinheiro (FJP), aponta que o Brasil tem um déficit habitacional de 6,2 milhões de moradias, o que representa 8,3% do total de domicílios ocupados no país.
Os números são referentes ao ano de 2022. Conforme o levantamento, o indicador cresceu 4,2% em comparação com 2019.
De acordo com o coordenador de habitação e sanemaneto da FJP, Frederico Poley, os números não incluem a população em situação de rua.
“O déficit é entendido como as habitações que não atendem às necessidades habitacionais mais básicas. É um indicador que demonstra a incapacidade de acesso da população à habitação com o mínimo de serviços adequados”.
Os dados mostram que o déficit habitacional é maior no Sudeste (2,4 milhões) e no Nordeste (1,7 milhão) e se concentra, principalmente, fora das regiões metropolitanas (3,9 milhões).
São Paulo e Minas Gerais, estados que têm as maiores populações, aparecem no topo da lista, com falta de 1,2 milhão e 556 mil habitações, respectivamente. Já o déficit relativo, isto é, em relação ao total de domicílios ocupados, é maior no Amapá (18%) e em Roraima (17,2%).
O problema predomina em domicílios com renda mensal de até R$ 2.640 (74,4%), chefiados por mulheres (62,6%) e pessoas pretas ou pardas (66,3%).
Veja ranking de estados com maior déficit habitacional, em números absolutos
- São Paulo – 1.250.419
- Minas Gerais – 556.681
- Rio de Janeiro – 544.275
- Bahia – 440.355
- Pará – 357.625
- Maranhão – 319.543
- Paraná – 289.326
- Rio Grande do Sul – 258.275
- Ceará – 227.693
- Pernambuco – 221.115
Conforme o indicador, a necessidade de substituição ou construção de habitações se devem a:
- grande precariedade de domicílios, o que inclui os improvisados (nos quais geralmente não é possível distinguir cômodos e faltam serviços básicos, como água, energia elétrica e saneamento) e rústicos (construídos com materiais precários);
- ônus excessivo com aluguel (domicílios cujo gasto com aluguel supera 30% da renda);
- existência de coabitação (famílias habitando cômodos e unidades domésticas conviventes, com adensamento excessivo).
“A política habitacional, entre as políticas sociais de saúde, educação e assistência social, é mais pobre, muitas vezes esquecida, e é tão importante quanto as outras”, destaca Poley.