Defesa pede ao STF que garanta “silêncio absoluto” a Delgatti em CPI
Walter Delgatti Neto foi convocado pela CPI que apura os atos de 8 de janeiro no Congresso para falar sobre inserção de dados falsos no CNJ
atualizado
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Os advogados de defesa do hacker Walter Delgatti Neto pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele possa ficar “silêncio absoluto” durante o seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos de 8 de janeiro. A previsão é que Delgatti, conhecido como hacker da Vaza Jato, seja ouvido nesta quinta-feira (17/8). A oitiva ocorrerá após Delgatti também ir à Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (16/8).
Os defensores, que o chamam de “Vermelho”, solicitam ainda a garantia de que Delgatti “não venha a sofrer qualquer ameaça ou constrangimentos, como exemplo as tipificações de crimes que eventualmente tenha sido acusado, assegurando-se a possibilidade de imediata cessação de sua participação no depoimento”.
O hacker é investigado pela suposta inserção de alvarás de soltura e documentos falsos contra Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), no Banco Nacional de Mandados de Prisões do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Delgatti teria sido contratado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para prestar serviços que poderiam beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante as eleições de 2022. A parlamentar também é investigada.
A convocação de Delgatti foi solicitada por ao menos seis parlamentares governistas que compõem a CPMI, como Rogério Correia (PT-MG), Duarte Jr. (PSB-MA), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Henrique Vieira (PSol-RJ), Rubens Pereira Júnior (PT-MA) e a relatora do colegiado, Eliziane Gama (PSD-MA).
No requerimento apresentado à mesa da CPMI, Eliziane afirmou que a oitiva de Delgatti poderá contribuir no esclarecimento da atuação de Carla Zambelli para questionar a legitimidade das eleições de 2022.