Defesa diz que Witzel só fala se CPI oferecer segurança por dois anos
O depoimento ao colegiado foi marcado para sexta-feira (9/7); um dos locais cogitados é a sede PF no Rio de Janeiro
atualizado
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Rio de Janeiro – O advogado de Wilson Witzel (PSC), Diego Carvalho Pereira, informou ao presidente da CPI da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD), nesta segunda-feira (5/7), que o ex-governador só vai falar ao colegiado em depoimento secreto se for disponibilizada segurança por no mínimo dois anos para ele e sua família.
O novo depoimento de Witzel a integrantes da CPI da Covid, que está previsto para sexta-feira (9/7), no Rio de Janeiro, seria para denunciar autoridades. Um dos locais cogitados é a sede da Superintendência da Polícia Federal, no Centro.
“Que na condição de presidente da CPI, faça solicitação da referida proteção ao peticionante e seus familiares, (…) ficando a contribuição do peticionante a ser realizada em oitiva reservada condicionada ao deferimento do presente pedido de segurança”, diz o documento ao qual o Metrópoles teve acesso.
No último dia 16 de junho, Witzel não concluiu seu depoimento na CPI sob o argumento de que estava sendo atacado. O maior embate foi com o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).
Witzel teria dito em reservado aos senadores que “hospitais federais do Rio têm dono”, em uma referência a Flávio, filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A defesa de Flávio entrou na Justiça do Rio pedindo explicações, alegando que houve calúnia, difamação e injúria.
Os advogados do filho do presidente pediram ainda esclarecimentos sobre a declaração de Witzel de que “não é porteiro para ser intimidado”, se referindo ao assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
A Justiça deu prazo de 15 dias para Witzel apresentar suas justificativas. O ex-governador sofreu impeachment em abril por acusação de corrupção na área da saúde.