Defesa de policial que matou torcedor do Fluminense alega legítima defesa
Advogado de Marcelo de Lima, diz que o policial penal agiu em legítima defesa ao atirar contra o torcedor do Fluminense Thiago da Motta
atualizado
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O advogado do policial penal Marcelo de Lima, acusado de matar Thiago da Motta após um jogo entre Flamengo e Fluminense, argumenta que o agente agiu em legítima defesa. A alegação contraria denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) de que o crime teria ocorrido por desentendimento político.
Ao Uol Renato Darlan, que faz a defesa do policial, diz que Marcelo interveio em uma confusão que envolvia um casal de amigos dele e que “o laudo mostra um corte na mão esquerda, que é uma demonstração clara de defesa”.
“Acuado e com medo de morrer, sacou a arma e efetuou alguns disparos. Os primeiros, para dispersar, mas os dois não se intimidaram e foram para cima, momento que não viu outra forma de salvaguardar sua vida”, alega Darlan.
Ainda segundo o defensor, as imagens de câmeras de segurança divulgadas, “infelizmente, são muito ruins, e não são capazes de mostrar com clareza o que de fato ocorreu”.
Entenda
Thiago da Motta, 40 anos, morreu após ser baleado em 1º de abril pelo policial penal Marcelo de Lima em um bar próximo ao estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, após o clássico contra o Flamengo. Um segundo torcedor também foi atingido e ficou ferido.
De acordo com o MPRJ, a confusão começou quando o policial penal, que é vascaíno, disse que “petista é igual flamenguista, tudo burro e ladrão”. A denúncia do órgão considerou que os crimes foram praticados por motivo torpe, em razão do inconformismo de Marcelo com as posições políticas expressadas pelas vítimas.
O MP considera que o policial, com vontade livre e consciente de matar, efetuou disparos de arma de fogo contra as vítimas, causando a morte de Thiago e “só não matando a outra pessoa por circunstâncias alheias à sua vontade”. No momento do crime, o bar estava cheio de torcedores.