Defesa de policial preso por corrupção tentou barrar investigação
Justiça negou pedido apresentado por advogados de acusados de extorsão em comércio da cidade de Petrópolis (RJ)
atualizado
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Rio de Janeiro – A investigação que levou a prisão do delegado Maurício Demétrio Afonso Alves e mais quatro policiais na quarta-feira (30/6) expôs uma batalha de informações sobre o combate à pirataria no município de Petrópolis, Região Serrana, que envolveu até a Justiça.
Antes de ser deflagrada a operação Carta de Corso do Ministério Público que acusa Demétrio de “capo de organização criminosa”, um integrante do grupo investigado foi à Justiça para mudar o curso das investigações sob a alegação de “complô” no caso.
Então chefe da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DCPIM), Celso de Freitas Guimarães alegou que havia irregularidades nas investigações iniciadas em julho do ano passado na Corregedoria da Polícia Civil, comandada pelo então corregedor Alexandre Ziehe.
O pedido foi negado pelo juiz Bruno Ruliere, o mesmo que depois decretou as prisões dos policiais. Guimarães também entrou com mandado de segurança contra a atuação do Ministério Público, que não foi aceito pelo desembargador João Ziraldo Maia. Como o policial desistiu, o caso não a frente.
Guimarães alegou que havia irregularidades nas investigações iniciadas em julho do ano passado na Corregedoria da Polícia Civil, comandada pelo então corregedor Alexandre Ziehe. O procedimento foi iniciado com denúncias feitas na 105ª DP (Petrópolis), onde a filha de Ziehe, Juliana, era titular.
Guimarães pediu à Justiça que os telefones de Alexandre e Juliana, além do policial Marcelo Machado Portugal fossem apreendidos, o que não foi aceito. Portugal, que era Corregedoria, chegou a ser preso sob a acusação de estar envolvido com produtos falsos em um operação fraudada, segundo o Ministério Público.
Procurados os delegados Alexandre e Juliana Ziehe preferiram não se pronunciar. Portugal não foi localizado pela reportagem.
O Ministério Público denunciou à Justiça o grupo de Maurício Demétrio por receber propina de R$ 1 milhão de comerciantes de Petrópolis. A investigação aponta que os policiais presos ameaçavam os lojistas para não reprimir a venda das mercadorias ilegais.
A defesa dos réus ainda não foi localizada.