1 de 1 Primeira sessão do júri do Caso Flordelis
- Foto: Aline Massuca/ Metropoles
Rio de Janeiro – O advogado Ângelo Máximo, da família do pastor Anderson do Carmo e assistente de acusação do Ministério Público, recorreu da decisão do 3º Tribunal do Júri de Niterói, que absolveu Carlos Ubiraci Francisco da Silva da acusação de homicídio e tentativa de homicídio por envenenamento contra o padrasto.
Ele é filho da deputada federal cassada Flordelis dos Santos de Souza, acusada de ser a mandante do assassinato do marido.
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Em 2019, o assassinato do pastor Anderson do Carmo de Souza revelou a existência de um esquema criminoso dentro da estrutura familiar da ex-deputada federal Flordelis. À época, a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) deflagrou uma operação que apontou ao menos 10 pessoas envolvidas na morte do religioso
Igor Estrela/Metrópoles
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Após as investigações, a pastora Flordelis (PSD-RJ) foi indiciada como a mandante do crime. Contudo, devido ao foro privilegiado que tinha, ela não pôde ser presa em um primeiro momento. Os filhos do casal, no entanto, não tinham o mesmo privilégio, o que fez com que sete deles fossem presos suspeitos de participação no assassinato
Igo Estrela/Metrópoles
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Flordelis, na verdade, é mãe de 51 filhos adotivos e quatro biológicos. Pastora e cantora gospel, ela foi a deputada federal do RJ mais votada e teve a história de vida contada em um filme estrelado por Bruna Marquezine, Reynaldo Gianecchini, Rodrigo Hilbert e Deborah Secco
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Em 1994, a cantora adotou 37 crianças sobreviventes da Chacina da Candelária. Junto com outros filhos que já tinha, fundou o ministério Flordelis. Dentre esses filhos, estava o pastor Anderson do Carmo, que, inclusive, também chegou a se envolver com Simone, filha biológica da pastora, antes de se casar com Flordelis
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Quando oficializaram a união, Anderson tinha 17 anos. Flordelis, 33. Segundo o relato de uma testemunha, que afirma ter morado na casa com os envolvidos no crime, tanto a ex-deputada quanto o pastor tinham relações sexuais com os filhos
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O assassinato de Arderson do Carmo de Souza, ocorrido na madrugada de 16 de junho, foi apontado por Flordelis, em uma primeira ocasião, como latrocínio. Contudo, segundo a polícia, a câmara de segurança da residência não apontou a presença de nenhum desconhecido na casa
Agência Brasil
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Outro ponto que chamou atenção durante as investigações foi o celular da vítima, que não foi encontrado no local do crime. Flordelis sustentou que o aparelho havia desaparecido, mas, tempos depois, agentes conseguiram traçar caminho percorrido pelo aparelho por conta dos dados de telefonia
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Informações coletadas apontaram que o telefone de Anderson havia sido conectado ao wi-fi da casa de um senador, logo após o crime, e, tempos depois, foi ligado novamente em Brasília. A assessoria da Flordelis informou, à época, que não comentaria a investigação. O celular nunca foi encontrado
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Já no celular de Flordelis foi identificada uma troca de mensagens entre a ex-deputada e filhos dela com a informação de que a morte de Anderson seria “a única saída”. “Fazer o quê? Separar dele não posso, porque senão ia escandalizar o nome de Deus”, escreveu a mulher
Cleia Viana/Câmara dos Deputados
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Segundo a Polícia Civil, foi constatado que Flordelis já havia tentado matar Anderson envenenado em diversas outras ocasiões, e o motivo seria o controle do dinheiro da igreja e de poder dentro da família
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Após todas as revelações, o PSD, partido de Flordelis, suspendeu a filiação dela e, tempos depois, o Conselho de Ética da Câmara aprovou cassação da deputada. Hoje, ela está presa e responde por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada
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Durante o velório de Souza, um dos filhos biológicos da pastora, Flávio, foi preso como autor dos disparos. Tempos depois, Lucas, um dos filhos adotivos de Flordelis, também foi levado pela polícia suspeito de ter fornecido a arma a Flávio. Lucas negou participação no crime. Porém, os dois foram condenados pela Justiça
Adriana Cruz/Metrópoles
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Também foram condenados os filhos: Adriano dos Santos Rodrigues, por uso de documento falso e associação criminosa armada, e Carlos Ubiraci Francisco da Silva, o Neném, por associação criminosa. Carlos foi absolvido da acusação de homicídio
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São réus: André Luiz de Oliveira, por uso de documento falso e associação criminosa, Marzy Teixeira da Silva, por ter recebido dinheiro para pagar a morte do pastor, e Simone dos Santos Rodrigues, por ter pago pelo assassinato de Anderson. Além deles, Rayane dos Santos Oliveira, neta biológica de Flordelis e filha de Simone, por ter procurado pessoas para assassinar o pastor
Reprodução TV Globo
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Marcos Siqueira Costa e Andrea Santos Maia, que não têm parentesco com ninguém da família, mas que se envolveram no crime, foram condenados por uso de documento falso e associação criminosa armada
Carlos Ubiraci foi condenado por associação criminosa com mais três réus durante o julgamento sobre a morte do pastor a tiros, em junho de 2019, que durou mais de 20 horas, com início na terça-feira (12/4).
“O julgamento foi contra as provas do processo. O Carlos Ubiraci sabia de tudo e participou de todos os envenenamentos, impedindo que os outros filhos consumissem bebida ou comida do pastor”, afirmou Ângelo Máximo.
De acordo com as investigações, houve ao menos seis tentativas de envenenamento da vítima. “Com relação aos outros réus, achei a punição adequada e não entrarei com recurso”, disse.
Flordelis, que está presa, e outras três rés vão ser julgadas pela morte do pastor Anderson no dia 9 de maio.
Os condenados
Foram condenados, além de Carlos Ubiraci, Adriano dos Santos Rodrigues, filho biológico da pastora, o ex-PM Marcos Siqueira e sua mulher, Andrea Santos Mais. Todos por uso de documento falso e associação criminosa. As penas variam de quatro a cinco anos de prisão.
O quinto réu, André Luiz de Oliveira, filho afetivo da ex-parlamentar, será julgado em nova data. Ele não participou, porque seu advogado passou mal.
Segundo as investigações, Adriano repassou a Flordelis carta fraudada, na qual Lucas Cézar dos Santos assumia que atirou no pastor a mando de dois irmãos. A trama teria contado com a participação de Adriano, Carlos, Marcos, Andréa e André Luiz, acusado ainda de participação nos planos de envenenar a vítima.
Lucas Cézar, que teria comprado a arma do crime, e Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico, acusado de atirar no padrasto, foram condenados no ano passado.