Defesa de Lula fará pedido para ex-presidente ir ao enterro do irmão
Vavá morreu nesta terça-feira em São Paulo, onde vivia. Lula está preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba
atualizado
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A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai entrar com pedido na Justiça para que ele possa ir ao velório do seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, morto nesta terça-feira (29/1), em São Paulo. A informação foi confirmada pelo advogado de Lula, Cristiano Zanin.
De acordo com a defesa do ex-presidente, o pedido deve ser entregue nas próximas horas. Lula está preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, como parte da operação Lava Jato. O pedido, informa Zanin, será feito com base na lei de execuções penais em seu artigo 120.
“Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos: I – falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão”, diz trecho da lei.
A presidente do PT, senadora Gleisi Hofmann, postou em suas redes sociais que torce para que o petista possa ir ao velório.
Mais uma tristeza para Lula. Morre seu irmão mais velho, Vavá, vítima de um câncer. Lula tinha em Vavá uma figura paterna. Nossos sentimentos à família. Abraço afetuoso e de força a Lula. Esperamos que ele possa ver Vavá pela última vez
— Gleisi Lula Hoffmann (@gleisi) 29 de janeiro de 2019
Conhecido pelo apelido de Vavá, Genival era um dos irmãos mais próximos de Lula. O petista, que está preso desde o dia 7 de abril, na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba (PR), deve pedir à Justiça para comparecer ao velório. Até o momento, a decisão ainda não foi tomada.
Histórico
Meses atrás, em uma tentativa de deixar a cadeia para ir ao enterro do ex-deputado federal Sigmaringa Seixas, o juiz negou o pedido de Lula. Na ocasião, o ex-presidente alegou que o advogado era seu amigo, argumento que não foi aceito pela Justiça.
O magistrado, em sua resposta, disse em seu despacho que a Justiça permite que “os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos: falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão”.
Nesse caso, mediante a justificativa do juiz que não concedeu permissão para que Lula fosse ao velório de Sigmaringa, uma brecha pode ter sido aberta para que o ex-presidente deixe a prisão em Curitiba e compareça ao enterro do irmão.
Quando estava preso por suas atividades sindicais, no começo dos anos 80, ainda na ditadura militar, Lula foi liberado para ir ao enterro da mãe, Euridice Ferreira de Melo, a dona Lindu.