1 de 1 Jairinho e Monique com Henry no elevador (1)
- Foto: Reprodução de vídeo
Rio de Janeiro – A defesa de Jairinho, afirmou, nesta quarta feira (1º/6), no II Tribunal do Júri, que Henry Borel chegou vivo ao Hospital Barra D’Or, contrariando relatos de médicos que estavam de plantão no dia 8 de março de 2021 e resultados de perícia.
“Hoje tivemos o que esperávamos desde nosso ingresso na investigação defensiva. Tivemos uma reviravolta no caso Henry. O Barra D’Or aponta Gasglow 3 [estágio de coma], que é vida, uma convenção internacional”, apontou a advogada Flávia Froes, que defende o ex-vereador, réu pela morte da criança.
Na oitiva do médico legista que assina o laudo de necropsia do menino, Leonardo Huber Tauil, a defesa de Jairo, solicitante do depoimento, enumerou as lesões do menino durante o processo de reanimação como forma de amenizar possíveis agressões que a criança tenha sofrido.
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Leniel Borel de Almeida, pai de Henry, compareceu à audiência de instrução e julgamento do Caso Henry Borel
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Blusa pede justiça para Henry Borel
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Advogado de defesa e acusação discutem durante a audiência de instrução e julgamento do Caso Henry Borel
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Advogados de defesa de Jairinho chegam a audiência de instrução e julgamento do Caso Henry Borel - São ouvidos, nesta quarta (1º/6), o perito legista Leonardo Hunter e o perito assistente Sami El Jundi, contratado pela defesa de Jairo.
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Jairinho participou por videoconferência de audiência de instrução e julgamento do Caso Henry Borel
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O perito, então, explicou: “As lesões caudadas por reanimação que eu identifiquei foram mais as da face. A principal hipótese para as lesões são as ações contundentes, compatíveis com múltiplas agressões”, analisou Tauil.
Defesa
Antes mesmo da audiência começar, a defesa do ex-parlamentar afirmou: “Varreu-se tudo pra debaixo do tapete e, se o tribunal não determinasse que esse perito fosse ouvido, tudo estaria varrido pra debaixo do tapete”, alegou o advogado Claudio Dalledone.
“Só deixar claro que a polícia nunca, em hipótese alguma, nesses quarenta dias de exames complementares, trabalhou com a hipótese do acidente. Muito pelo contrário, se colocou sim ao lado do delegado rechaçando a hipótese do acidente”, completou.
A Audiência de Instrução e Julgamento – que contou também com a presença do assistente técnico Sami El Jundi, contratado pelos advogados do ex-vereador Jairinho – foi marcada por intensa discussão.
Para o pai do menino, Leniel Borel, a defesa de Jairo “se uniu para falar de lesões totalmente independentes”.
“Claro que um galo por si só é muito diferente do que uma dilaceração hepática e o Henry foi muito agredido naquela noite. O perito foi a primeira pessoa que viu lá [o menino] no IML. Espero que ele possa esclarecer essa verdade que todos nós sabemos, que está bastante fundamentada no caso”, disse.
Laceração hepática
Primeiro a ser inquirido na audiência, o perito Leonardo Huber Tauil reafirmou que a causa da morte de Henry foi uma laceração hepática, provocada por ação contundente. Segundo ele, o menino apresentava hemorragia interna e volume de sangue na região abdominal, que preenchia toda a cavidade.
“O traumatismo abdominal, que gerou a hemorragia na cavidade, foi causado por alta energia e é incompatível com uma queda da cama”, disse.
Jairo e Monique Medeiros, mãe de Henry, respondem por homicídio triplamente qualificado pela morte da criança, aos 4 anos. De acordo com o laudo de necropsia, o menino sofreu hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente.
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Em 8 de março do ano passado, Henry Borel, filho de Monique, foi levado ao hospital na Barra da Tijuca (RJ) com diversas lesões graves pelo corpo. Na época, o então casal disse à polícia que ele tinha sofrido um acidente doméstico
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O acidente, no entanto, foi descartado como causa da morte após perícia do Instituto Médico Legal (IML) constatar que o menino teve hemorragia interna e uma laceração no fígado causada por uma ação contundente
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O laudo de reprodução simulada, produzido pela perícia da Polícia Civil, aponta que Henry sofreu 23 lesões externas provocadas por ações violentas no dia da morte
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Monique afirmou à polícia acreditar que o filho tinha caído da cama. No relato, ela disse ter acordado por volta de 3h30 e, ao dirigir-se ao quarto, encontrou o filho desmaiado na cama. Jairinho alegou ter visto a queda do menino
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A versão foi descartada e o caso passou a ser investigado como tortura. Segundo a polícia, Jairinho dava chutes e golpes na cabeça do menino e Monique sabia das agressões desde fevereiro
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Semanas antes do crime ocorrer, a babá que cuidava de Henry alertou Monique, por mensagem, sobre um episódio em que Jairinho se trancou no quarto do casal com o menino, que depois deixou cômodo alegando dores e mancando
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Um mês após a morte de Henry, Monique Medeiros e o padrasto foram presos no Rio de Janeiro por atrapalharem as investigações. Segundo a polícia, eles estariam ameaçando testemunhas para combinar versões
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A polícia também afirma que eles teriam apagado mensagens de WhatsApp em uma tentativa de obstruir as investigações.
Os aparelhos, no entanto, foram desbloqueados e mensagens de texto e imagens, recuperadas.
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Depois do caso vir à tona, uma ex-namorada de Jairinho contou à polícia que durante o relacionamento com o vereador, ele agrediu a filha dela, que na época tinha 4 anos
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Em carta escrita na cadeia, a mãe de Henry afirmou ter sido manipulada, ameaçada e agredida por Jairinho durante o relacionamento. Segundo ela, o ex-namorado a medicava com ansiolíticos e chegou a flagrá-lo colocando remédio em sua bebida
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Jairinho e Monique são acusados pela morte do menino
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Em depoimento de oito horas, Monique fez novas revelações, como a postura agressiva e controladora de Jairinho no relacionamento e a dificuldade de Henry para lidar com o divórcio dela e de Leniel Borel, pai da criança
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Ao depor, a mãe do menino afirmou ter sido treinada pelo ex-advogado de Dr. Jairinho, André França Barreto, para mentir à polícia sobre a morte do filho
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Após a audiência de instrução, o caso aguarda para ser julgado pela Justiça. Jairinho e Monique são réus por tortura, homicídio triplamente qualificado, além de fraude processual, coação no curso do processo e falsidade ideológica
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O ex-vereador segue preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, enquanto a mãe de Henry teve a prisão preventiva substituída por monitoramento por tornozeleira eletrônica em abril deste ano.
Jairo terá uma sessão de reinterrogatório no dia 13 de junho, já que em 9 de fevereiro se recusou a responder questionamentos do Ministério Público e da defesa de Monique.
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