Defesa de Flordelis diz não ter acesso a provas para alegações finais
Anderson Rollemberg informou à Justiça que faltam peças do processo ao qual deputada responde acusada de ser a mandante da morte do marido
atualizado
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Rio de Janeiro – Falta de acesso a provas é o principal motivo alegado à Justiça pelo advogado Anderson Rollemberg, que defende a deputada federal Flordelis dos Santos Souza (PSD), para não ter apresentado as alegações finais da parlamentar em processo no 3º Tribunal do Júri, em Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Ela é acusada de ser mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em 2019. Flordelis alega inocência e prevê boa votação se concorrer em 2022.
O defensor pediu à Justiça acesso a nove folhas que não constam no processo de laudo de exame de local do crime e também das mensagens periciadas encontradas no telefone da parlamentar que foram enviadas ao laboratório do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. A juíza Nearis Arce ainda não decidiu sobre os pedidos.
Na última decisão da magistrada no processo em 16 de abril, Nearis indeferiu os pedidos de revogação de prisão André Luiz de Oliveira e Carlos Ubiraci Francisco da Silva, também acusados de participação no assassinato. A juíza proibiu ainda a parlamentar de dar entrevistas falando sobre testemunhas.
“Se abstenha de dirigir-se ou mencionar o nome de testemunhas, ainda que indiretamente o faça, em qualquer manifestação pública, seja em mídias sociais, impressas, radiofônicas, televisivas ou qualquer outro meio de comunicação, com o fim de preservar as testemunhas arroladas e garantir a possível instrução em em segunda fase de forma escorreita e livre de pressões”, escreveu a juíza. Procurado, o advogado de Flordelis não se pronunciou.
Processos
Flordelis é acusada de ser a mandante do assassinato do próprio marido, o pastor Anderson do Carmo. Ela nega as acusações. São 11 acusados que respondem pelo crime. O Ministério Público pediu a absolvição de dois e que nove acusados sejam levados a júri popular, entre eles a deputada.
Um processo por quebra de decoro contra Flordelis está em andamento em Brasília, o que pode acarretar na perda de seu mandato. O relatório da Corregedoria da Câmara dos Deputados afirma que Flordelis não conseguiu provar que ela não quebrou o decoro parlamentar.