Defensoria Pública solicita informações sobre morte de Wanderson Mota
Criminoso de 21 anos, que ficou conhecido como “novo Lázaro”, foi encontrado morto na prisão, pendurado e amarrado por um lençol no pescoço
atualizado
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Goiânia – A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPEGO) requisitou, por ofício, ao sistema prisional informações sobre a morte de Wanderson Mota Protácio, de 21 anos, que foi encontrado morto dentro do presídio, em Aparecida de Goiânia, nessa terça-feira (18/1).
O rapaz, que ficou conhecido como “novo Lázaro”, após cometer triplo homicídio e gerar uma operação de busca e perseguição policial semelhante a que ocorreu com o maníaco Lázaro Barbosa, em junho de 2021, teria morrido enforcado.
O criminoso foi encontrado pendurado na cela, com um lençol amarrado ao pescoço. A suspeita inicial é de suicídio.
No ofício encaminhado à Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), a Defensoria estipula prazo de 48h para que as informações sejam enviadas. Wanderson estava detido no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida. De acordo com a DGAP, ele estava sozinho na cela.
Circunstâncias
O documento é assinado pelo coordenador do Núcleo Especializado de Direitos Humanos (NUDH), defensor público Marco Túlio Félix Rosa. Ele pede o detalhamento das circunstâncias que desencadearam a morte de Wanderson.
“As informações são necessárias para que a Defensoria possa tomar as medidas pertinentes caso tenha havido uma possível violação dos Direitos Humanos no fato”, ressalta o defensor.
O ofício questiona, ainda, se havia algum registro de filmagem próximo ao local do fato, assim como o nome dos servidores que encontraram o corpo, o número do registro da ocorrência e também o processo administrativo instaurado para apurar as responsabilidades do caso.
A morte
Em nota, a DGAP informou que Wanderson foi encontrado morto no início da manhã dessa terça, por volta das 7h20. O caso foi descoberto quando um servidor do presídio teria ido até a cela do criminoso para entregar a refeição do café da manhã.
Ao ser chamado, Wanderson não respondeu e, com isso, policiais penais adentraram a cela, quando teriam se deparado com o corpo do rapaz amarrado por um lençol. Ele já estava desacordado.
Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada e constatou o óbito no local. Além disso, o Instituto Médico Legal (IML) de Aparecida de Goiânia foi até o Núcleo de Custódia para remover o corpo de Wanderson. A polícia instaurou investigação para averiguar a morte.
O corpo de Wanderson segue no IML, sem reconhecimento por parte da família, até então. O Metrópoles mostrou nesta quarta (19/1) que ele não manteve contato com familiares próximos nos últimos meses.
Os crimes
Em novembro do ano passado, o rapaz embrenhou-se no mato, na zona rural de cidades próximas a Corumbá de Goiás, onde ele morava, e conseguiu se esconder da polícia por seis dias, após cometer triplo homicídio.
O caso dele foi nacionalmente noticiado após a descoberta dos crimes, que chamaram a atenção pela brutalidade. No dia 28 de novembro, ele matou a facadas a própria esposa, Raniere Aranha Figueiró, de 19 anos, que estava grávida, e a filha dela, Geysa Aranha da Silva Rocha, de 2 anos.
Ao fugir, ele invadiu a casa do produtor rural Roberto Clemente de Matos, 73, para quem trabalhava e que morava em uma propriedade vizinha, roubou um revólver e o matou. Ele levou, ainda, uma caminhonete para ajudá-lo a fugir e teria tentado estuprar a esposa da vítima, uma mulher de 45 anos.
Wanderson se entregou no dia 4/12, após ser convencido por populares, em Gameleira de Goiás. Ele confessou os crimes e foi levado para o Núcleo de Custódia, conhecida como a unidade de segurança máxima do sistema prisional em Goiás.
Outros crimes
Antes disso, ele confessou ter matado a facadas, no Maranhão, o tio de uma ex-namorada quando tinha apenas 13 anos. Depois desse crime, Wanderson veio morar em Goianápolis (GO). Na cidade, ele tentou matar a irmã de sua madrasta em dezembro de 2019. O jovem tentou estuprar a mulher e deu facadas nas costas dela até que a faca se quebrou.
Wanderson foi preso pelo crime e solto em março de 2020. Neste mesmo ano, em novembro, ele foi preso por participar, junto a outros comparsas, da morte de um taxista em São Gotardo (MG). O criminoso teria sido o responsável por esfaquear a vítima até a morte.
Ele ficou preso até março de 2021. Saiu da prisão e veio para Goiás, indo morar em Corumbá.