Defensoria Pública da União investiga agressões a Yanomamis em Roraima
Liderança denunciou um suposto estupro seguido de morte de uma menina de 12 anos por garimpeiros na última semana
atualizado
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A Defensoria Pública da União (DPU) abriu um procedimento para investigar as denúncias de violência praticada por garimpeiros contra os Yanomami, que vivem na maior reserva indígenas do país, em Roraima, e uma das mais pressionadas por invasores.
O drama da invasão da reserva Yanomami pelos garimpeiros voltou a ganhar destaque na última semana, quando a liderança Júnior Hekurari denunciou o estupro seguido de morte de uma menina de 12 anos, da comunidade Aracaçá, por garimpeiros.
Houve uma visita de policiais federais ao local, mas eles não encontraram testemunhas do crime. De acordo com lideranças Yanomami, os garimpeiros subornaram com ouro e ameaçaram os indígenas, que acabaram fugindo da aldeia onde teria acontecido o estupro. Desde então, indígenas e apoiadores de sua causa têm cobrado ações do governo em protestos nas redes sociais com a frase “cadê os Yanomami“.
QUEREMOS JUSTIÇA!#cadeosyanomami pic.twitter.com/9RSe1CEC5b
— Anitta (@Anitta) May 3, 2022
“Nós estamos trabalhando em conjunto com as demais autoridades locais para os esclarecimentos dos fatos e proteção da comunidade indígena Yanomami”, afirmou a defensora pública federal Maria Pilar Prazeres de Almeida, que atua em Roraima, por meio de nota divulgada pela DPU.
O procedimento é oficial e tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de Arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF). O objetivo é investigar se o governo brasileiro está deixando de cumprir sua obrigação de garantir a segurança e o isolamento das terras indígenas.
Com 9,6 milhões de hectares, a TI Yanomami abriga cerca de 27 mil indígenas e, segundo denúncias de lideranças indígenas, sofre a invasão de ao menos 25 mil garimpeiros.
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