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De olho no quilo: inflação atinge self-services no preço e no cardápio

Com alta no valor dos ingredientes, restaurantes precisam aumentar preços e mudar menus para não perder fregueses

atualizado

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Buffet Fausto & Manoel
1 de 1 Buffet Fausto & Manoel - Foto: Divulgação

São Paulo – A inflação tem castigado o bolso dos consumidores – nos últimos 12 meses, o preço dos produtos subiu, em média, 12,13%, de acordo com o IPCA. Com a alta, os alimentos também encareceram e quem buscava os restaurantes por quilo para uma refeição fora de casa mais em conta tem se assustado com a fatura salgada.

Para equilibrar os gastos, os self-services têm aumentado os preços ou mudado seus cardápios. “Os estabelecimentos estão tentando elaborar pratos com produtos da estação e com valor mais acessível. De maneira geral, economizam em todos os aspectos, até em contas básicas como água, energia, funcionários. Tudo para sobreviver”, pontua Percival Maricato, diretor institucional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), ao Metrópoles.

Localizado no bairro de Pinheiros, na Zona Oeste, o restaurante Komy’s precisou reajustar em 10% o valor do quilo – agora, cobra R$ 82,90 durante a semana e R$ 94,90 aos domingos. “A cada vez que vamos fazer compras nos atacadistas, os preços estão mais altos. Eles sobem praticamente semanalmente”, lamenta o sócio-diretor do negócio, Angêlo Tomi.

O vegetariano Apfel, no centro da capital paulista, manteve o bufê de valor fixo em R$ 39 para não perder os clientes fiéis, mas corre riscos. “Eu ainda não trabalho com prejuízo, mas estou com uma dificuldade enorme de pagar as contas”, afirma o dono, Carlos Beutel.

Carne parcelada

Percival Maricato, da Abrasel, explica que, com a pandemia de Covid-19, muitos endereços adquiriram dívidas que não podem ser quitadas, devido ao aumento recente de gastos com matéria-prima. “Com a inflação nesse nível, você não consegue transferir o preço necessário para o cardápio”, explica.

É o caso do restaurante Seu Vito, também no Centro. Ao Metrópoles, a gerente Juliana Bernardi relatou que a maior barreira é obter crédito para comprar os itens necessários. “Nossa dificuldade é na compra parcelada. Como estamos com nosso CNPJ com débitos, não conseguimos adquirir nada a prazo”, conta.

No último ano, o local encareceu em R$ 10 o quilo, agora em R$ 74,90. “Como temos sushi e churrasco – e a carne do grill subiu muito, assim como o peixe -, seguimos a inflação e aumentamos”, diz Juliana. O Seu Vito mudou também a forma de comprar alimentos. No caso da carne, optou por adquiri-la aos poucos, em vez de estocar, como fazia antes.

Perspectiva da inflação

Economista e analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura explica que, nessa situação, é preciso equilíbrio. “Empresas de varejo que levam o produto ao consumidor final estão com dificuldade de repassar o aumento dos custos. É preciso haver um equilíbrio entre as margens das varejistas e o poder de consumo da população. Atualmente a economia não está ajudando e as pessoas recorrem ao ‘trade down’ [compra de marcas mais baratas] e redução do consumo”, pontua.

O especialista pondera que há uma previsão de alívio na inflação, principalmente por causa de combustíveis e algumas commodities. “No caso de alimentos, pode ser que haja arrefecimento porque a safra nos EUA está evoluindo bem – e se o clima não for tão severo como no ano passado no Brasil. O câmbio, com o fortalecimento do real, tem ajudado também”, finaliza.

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