De estagiário à CEO: Luciano Guidolin assume presidência da Odebrecht

Aos 44 anos, Luciano Guidolin, chega ao posto de diretor-presidente da Odebrecht S.A. A substituição foi anunciada nesta sexta-feira (12/5), em São Paulo. O engenheiro de produção formado pela Escola Politécnica da USP e com mestrado em Administração de Empresas na Universidade de Harvard (EUA), substitui Newton de Souza, que passa a vice-presidente do Conselho de Administração.

Souza estava no cargo desde 2015 e nos últimos dois anos “teve papel importante na coordenação das negociações que levaram à assinatura do Acordo de Leniência com o Ministério Público Federal no Brasil e a Justiça dos Estados Unidos e da Suíça”, conforme nota da empresa, lembrando que acordos semelhantes estão sendo negociados em outros países.

Guidolin foi vice-presidente da Unidade de Polímeros Brasil e Europa e de Tecnologia & Inovação da Braskem e no começo deste ano tornou-se VP de Investimentos da Odebrecht S.A. Como presidente, o desafio de Guidolin será justamente o de mudar completamente a área de compliance do grupo, dentro das regras estabelecidas em acordo com o Departamento de Justiça americano para tentar evitar novos casos de corrupção na empresa. Além de mudar o compliance, terá de pagar US$ 3 bilhões em multas aos governos brasileiro, americano e suíço, além do que irá acertar com outros países que investigam as práticas da empresa ao longo dos anos.

Outro desafio será administrar uma dívida de R$ 100 bilhões e a forte queda no faturamento provocada pela redução da atividade da construtora, responsável até então por 30% da receita do grupo. Guidolin, no entanto, recebe a empresa com o dinheiro em caixa da venda da Odebrecht Ambiental, efetivada no final de abril. Segundo uma fonte, a confirmação da venda que havia sido feito já no ano passado foi um dos fatores que ajudou a empresa a evitar a recuperação judicial, que estava engatilhada.