metropoles.com

De “chupetinha” a “revólver”: comissões do Congresso voltam a ser palco de confusões

Discussões, ofensas e ameaças entre deputados e senadores durante sessões marcaram as atividades dos colegiados ao longo da semana

atualizado

Compartilhar notícia

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Deputado André Janones admitiu que chamou o colega Nikolas Ferreira de "chupetinha" durante sessão - Metrópoles
1 de 1 Deputado André Janones admitiu que chamou o colega Nikolas Ferreira de "chupetinha" durante sessão - Metrópoles - Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados

A instalação das comissões permanentes do Congresso Nacional trouxe de volta um cenário que já é conhecido no Parlamento. Discussões, ofensas e ameaças entre deputados e senadores durante sessões marcaram as atividades dos colegiados ao longo da semana, e causaram burburinho nas redes sociais.

Um dos casos de maior repercussão nos últimos dias envolveu os deputados André Janones (Avante-MG) e Nikolas Ferreira (PL-MG), conhecidos por comentários polêmicos e por causarem confusões em publicações nas redes sociais. Eles trocaram ofensas durante uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados na última quarta-feira (29/3).

O colegiado recebia o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, para prestar esclarecimentos sobre a política de armas do governo Lula (PT).

Nikolas se dirigia ao ministro quando foi interrompido por colegas. O deputado do PL perguntou se poderia continuar a fala e André Janones respondeu: “Vai, chupetinha”.

Veja:

A fala chegou a ser atribuída ao presidente da comissão, Rui Falcão (PT), mas ele negou que tivesse proferido a ofensa.

Na sessão do dia seguinte, André Janones assumiu ser o autor da fala e avisou: “Continuarei fazendo”. O deputado também chamou bolsonaristas de “frouxos” e disse que os adversários políticos proferem ofensas frequentemente nas sessões da Câmara.

“Fiquei esperando algum parlamentar que tivesse aqui nesta comissão a valentia que tem na redes sociais, mas infelizmente parece que grande maioria dos bolsonaristas são frouxos, não têm coragem de dizer quem foi que chamou o deputado ‘chupeta’ de ‘chupetinha’. Quem usou essa expressão fui eu, e continuarei fazendo”, afirmou.

Assista:

“Revólver”

A CCJ também foi palco de discussão acalorada entre Janones e o deputado Alberto Fraga (PL-DF). Fraga saiu em defesa de Nikolas Ferreira devido às ofensas disparadas por André Janones contra o colega na sessão anterior.

Ele ameaçou o deputado. “Sou oposição, sim. Mas a minha oposição nesta Casa sempre foi responsável e sempre foi construtiva. […] Um covarde, um valentão, usou a palavra. Não uso chupeta, uso revólver, pistola”, disse.

Após a fala, o plenário se tornou palco de uma discussão entre Fraga e Janones. “Estou sendo ameaçado de morte. Vossa excelência deverá ser cassado por esta Casa”, disse Janones. Os microfones foram desativados durante a discussão.

Posteriormente, ainda naquele dia, Janones foi à Polícia Federal (PF) para registrar o caso.

Veja:

“Terra plana”

Até mesmo o ministro Flávio Dino se envolveu em troca de farpas durante a sua participação na CCJ da Câmara. Em um dos casos, Dino retrucou uma acusação do deputado André Fernandes (PL-CE) sobre o ministro responder a mais de 200 processos na Justiça. O fato é inverídico.

“Deputado da CCJ dizer que pesquisou no JusBrasil. Vou contar para os meus alunos como anedota, como piada. O senhor acaba de entrar no meu livro de memórias. Dizer com base no JusBrasil que eu respondo a processos se insere no mesmo continente mental de quem acha que a Terra é plana”, disse, arrancando risadas de quem participava da sessão.

Presente na sessão, sentado logo atrás do ministro, Ricardo Cappelli, secretário-executivo do ministério, não conseguiu segurar o riso.

Veja:

Conselhos de Ética

Além de compartilhamentos nas redes sociais, as ofensas disparadas por parlamentares renderam ameaças de representação no Conselho de Ética. O PL, partido de Nikolas Ferreira, informou que representaria contra Janones no colegiado. Janones, por outro lado, ameaçou procurar o conselho para denunciar as ameaças de Fraga.

Apesar de receber uma série de denúncias por quebra de decoro parlamentar, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados ainda não teve nenhuma movimentação em 2023, de acordo com dados divulgados pela Câmara. Além disso, o colegiado sequer tem representantes indicados para a composição do grupo.

Do outro lado do Congresso, no Senado Federal, o Conselho de Ética também não tem apresentado atividades. Parado desde 2019, o colegiado foi reinstalado nesta semana, com Jayme Campos (União-MT) na presidência, mas ainda não realizou análises de denúncias.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?