De “boneca” a “jumento”: deputados se xingam em GO e quase se agridem
Deputados Major Araújo (PSL) e Amauri Ribeiro (Patriota) têm discussão acalorada na Assembleia Legislativa e motivam encerramento da sessão
atualizado
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Goiânia – A recente e constante troca de acusações e xingamentos entre dois deputados estaduais de Goiás quase chegou às vias de fato em plenário nessa terça-feira (14/12). Após o uso de palavras como “boneca”, “idiota”, “bosta” e “jumento”, numa discussão que persiste há mais de uma semana, os parlamentares Major Araújo (PSL) e Amauri Ribeiro (Patriota) quase se agrediram fisicamente, durante a sessão da Assembleia Legislativa.
O deputado Humberto Aidar (MDB), que presidia a sessão, teve que encerrar a reunião e os seguranças entraram no plenário para evitar a briga. O deputado Amauri Ribeiro foi para cima de Major Araújo, quando ele falava ao microfone. Os dois foram afastados e retirados do local em portas diferentes.
“Tem gente que dá uma de jumento aqui e vai vir falando besteira”, dizia o major. Em seguida, ao perceber a aproximação de Amauri, ele complementou: “Eu não tenho medo de idiota nenhum, não. Tenho medo, não. Pode vir de novo”.
Veja:
Começo
As desavenças entre os dois começaram na sessão do dia 8 de dezembro. Isso ocorreu após a aprovação de uma PEC que mudou a distribuição do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) entre os municípios goianos.
Amauri, que é da base do governo de Ronaldo Caiado (DEM), não gostou da divulgação feita nas redes sociais por colegas de plenário dos nomes e dos respectivos votos de cada um dos deputados. Ele alegou que a maneira como foi divulgado distorceu o conteúdo da proposta. Uma emenda incluída no projeto, a pedido do governo, proibiu a redução das alíquotas do imposto até 2023.
“Boneca”
Em discurso no plenário, Major Araújo, que é deputado de oposição ao governo, entrou em defesa dos colegas e da divulgação que havia sido feita na internet por colegas. “Está na hora de parar de ter deputado frouxo aqui”, disse. No decorrer da fala dele, no entanto, ele chamou o deputado Amauri de “boneca”.
“Ah, por que, então, eu nunca chamei a atenção de ninguém aqui que publicou meu voto? Agora, a ‘boneca’ não pode publicar o voto que apela”, argumentou o major.
Na ocasião, antes de chegar a esse momento do xingamento, os dois já tinham trocado acusações nos respectivos discursos e encaminhamentos de voto.
“O senhor não é dono da razão. O senhor gosta de subir ali em cima e atacar todo mundo, xingar todo mundo”, falou Amauri.
“Bosta, não”
Major Araújo tentou interromper a fala do deputado do Patriota, mas foi retrucado. “A palavra é minha agora. O senhor falou as merdas que o senhor queria. Senta e escuta”, esbravejou Amauri.
Em outro momento, o major xingou o colega de “bosta”, enquanto ouvia o discurso dele. A reação foi imediata e aos gritos: “Bosta, não. O senhor me respeite. Presidente, cale a boca desse cidadão, porque a palavra é minha”, gritou Amauri.
Representações
Os dois parlamentares disseram que não vão entrar com representação no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa. Apesar disso, o clima de desconforto e tensão entre os dois persiste.
Nessa terça-feira, quando Araújo e Amauri quase se agrediram, era votado pelos deputados o projeto de venda do Hospital dos Servidores Públicos de Goiás para o governo estadual. O valor a ser pago é de cerca de R$ 150 milhões. A unidade deverá ser transformada em Hospital da Criança e do Adolescente.