De açúcar a combustível: operação apura fraudes de licitações em Goiás

Goiânia – A Polícia Civil de Goiás (PCGO) deflagrou nesta sexta-feira (15/7) uma operação que investiga a suspeita de fraudes de licitação na Câmara Municipal de Goiatuba (GO), cidade que fica a 176 km da capital goiana.

Ao todo, 23 mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra políticos e empresários do município. Em conluio, o grupo teria atuado sistematicamente, nos últimos anos, para fraudar processos licitatórios.

Segundo a investigação, em pelo menos 11 casos existem indícios de irregularidades, como contratações firmadas com empresas fantasmas, licitações direcionadas e superfaturamento de materiais e prestações de serviços.

Um dos casos que chamaram a atenção da polícia foi a aquisição de combustível. Em março de 2021, um único veículo oficial da Câmara adquiriu o suficiente para percorrer mais de 1 mil km por dia. O fato se repetiu nos meses seguintes, de acordo com a investigação.

Produtos em exagero

Outra questão foi a compra de material de limpeza, higiene e produtos alimentícios, numa quantidade muito acima do consumo médio dos servidores da câmara. A PCGO destaca que o local ficou fechado ou funcionando parcialmente de janeiro a agosto do ano passado.

Entre os produtos adquiridos, chamou a atenção da polícia a compra de 17,3 mil luvas descartáveis, 9,4 mil máscaras descartáveis, 850 litros de álcool em gel, 600 galões de 20 litros de água, sendo que não existe no local bebedouro para esse tipo de vasilhame, 3,5 toneladas de açúcar (700 pacotes de 5 kg), 450 Kg de café, 19 mil copos de água, 200 coroas fúnebres, 500 botões de rosa, 1 mil unidades de esponja dupla face, 80 rodos, 80 vassouras, 2 mil esponjas de aço, 400 litros de água sanitária e outros.

As investigações foram iniciadas em 2021 e recebeu o nome de Sétimo Mandamento, em alusão ao mandamento bíblico “não roubarás”.

Armas de fogo

Os 23 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em comércios, residências e na própria Câmara Municipal.

As diligências resultaram, ainda, na apreensão de duas armas de fogo irregulares, além de documentos e aparelhos celulares. Os telefones serão periciados para auxiliar na investigação.

O Metrópoles procurou a Câmara de Goiatuba e aguarda uma resposta.

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