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Davati nega ter se identificado como representante da AstraZeneca

“A Davati Medical Supply não detinha a posse das vacinas”, disse comunicado da empresa, centro da nova acusação de propina por vacinas

atualizado

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Hugo Barreto/Metropoles
Coletiva de imprensa no Ministério da Saúde
1 de 1 Coletiva de imprensa no Ministério da Saúde - Foto: Hugo Barreto/Metropoles

Depois de o presidente da Davati Medical Supply, Herman Cárdenas, ter confirmado a oferta de 400 milhões de doses de AstraZeneca ao Ministério da Saúde, a empresa emitiu nota, na noite desta quinta-feira (1º/7), negando que “se apresentou ao Governo Federal ou a qualquer outro órgão como tal”.

“A partir de informações que vieram a público nesta quinta-feira, a Davati Medical Supply esclarece que não é representante junto ao laboratório AstraZeneca”, disse o comunicado. “Como esclarece o documento de oferta (Full Corporate Offer) feita ao Ministério da Saúde, a Davati Medical Supply não detinha a posse das vacinas, atuando na aproximação entre o Governo Federal e allocation holder que possuía créditos vacinas do laboratório AstraZeneca”, continuou.

A informação da oferta foi revelada, nessa quarta-feira (30/6), pelo O Globo. Segundo a reportagem, Cárdenas afirmou ter assinado a proposta, mas negou ter conhecimento de que para destravar o negócio um integrante do governo teria exigido pagamento de propina.

Cárdenas é representante legal da empresa – que está na mira da CPI da Covid –, fundada em julho de 2020 nos Estados Unidos.

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Documento enviado pela Davati ao Ministério da Saúde, obtido pelo O Globo, mostra que a empresa americana incluiu o nome de Luiz Paulo Dominguetti Pereira como intermediário da negociação com a pasta. Cárdenas — que confirmou a tentativa de vender as doses ao Brasil — informou, no entanto, que Dominguetti não é representante da companhia no país, mas reconheceu que seu nome constava da proposta formalizada.

“Estou ciente disso. Nos disseram para inclui-lo, mas ele não estava nos representando. A Davati não tinha conhecimento de quem ele era, então presumimos que ele era representante deles”, respondeu Cárdenas. Ele, no entanto, não confirmou se estava se referindo ao governo brasileiro.

No Brasil, segundo o presidente da empresa, o único representante oficial se chama Cristiano Alberto Carvalho.

“Não somos uma distribuidora autorizada de AstraZeneca e nunca representamos que somos. Embora não estejamos distribuindo nenhuma vacina contra Covid-19 como linha de produto atual, fomos procurados por alguns clientes pelo mundo para localizar vacinas contra Covid-19”, esclareceu a companhia.

Questionado sobre como teria obtido a oferta de uma quantia tão grande de vacinas da AstraZeneca, o empresário não respondeu.

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