Daniel Silveira culpa cachorro e sono por desleixo com tornozeleira
Parlamentar do PSL-RJ está preso desde 24 de junho por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF
atualizado
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Preso desde 24 de junho por violar as regras de uso da tornozeleira eletrônica, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) deu uma série de desculpas em depoimento à Polícia Federal nessa quinta-feira (15/7) por ter deixado o equipamento descarregar 22 vezes desde que o uso foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O parlamentar, que está preso no Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar, em Niterói, afirmou que a região serrana do Rio de Janeiro, onde ele vive, tem “falhas sistêmicas” no fornecimento de energia, o que o teria impedido de carregar o equipamento algumas vezes. As informações são do G1.
Outro motivo apontado para o desleixo com a tornozeleira foi o uso de um antiinflamatório que provocaria “muito sono” e teria impossibilitado o carregamento em outras ocasiões.
Treinos diários de muay thai, também de acordo com o deputado, “podem ter danificado o interior do equipamento”. E, por fim, “o cachorro do declarante roeu o carregador do aparelho, o que motivou sua ida até a central para troca do carregador”, relata a PF.
Silveira está preso porque ameaçou em vídeo ministros do STF. Ele chegou a ir para o regime domiciliar e voltou à cadeia por causa dos 22 desligamentos da tornozeleira. Quando decidiu por mandar o parlamentar para o regime fechado, Moraes escreveu que ele tinha “total desprezo pela Justiça”.
Carta da mãe
No último dia 11, Matildes Silveira, mãe do deputado, escreveu uma carta de próprio punho para ministro Alexandre de Moraes, na qual se desculpou pelas ofensas proferidas pelo filho contra o magistrado e a Corte e pediu a sua liberdade.
De acordo com o jornal Valor Econômico, na carta Matildes Silveira ressalta que a atitude do filho é “digna de repúdio e em nada contribui para um debate democrático e respeitoso”. No “bilhete”, ela ainda exalta o STF por ser “a última barreira entre a justiça e a injustiça”.
Matildes também fala da criação de Silveira, que, segundo ela, teve muito “amor, carinho e educação” e que “a falta de urbanidade, o desrespeito e a deselegância (com que tratou os ministros e a democracia) não condizem com os ensinamentos familiares que foram passados a ele”.
A mãe diz ainda o deputado é “um homem bom”, também se mostra envergonhada e afirmou que não estava pedindo a sua absolvição, apenas a chance de que ele responda em liberdade e possa voltar a ajudá-la nas atividades domésticas.