Da periferia à avenida Paulista, militantes de Boulos pedem voto útil em SP
Candidato circulou do extremo-leste a bairro nobre; confiante, diz querer comemorar ida ao segundo turno com um “forrozão”
atualizado
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São Paulo – Na véspera de votação, a campanha de Guilherme Boulos (PSol), promoveu duas carreatas em bairros que representam a desigualdade social de São Paulo. Pela manhã, Boulos, acompanhado de Luiza Erundina (PSol), rodou pela Cidade Tiradentes, no extremo-leste da cidade. Pela tarde, Boulos saiu do bairro nobre de Pinheiros para encerrar sua campanha de rua do primeiro turno na avenida Paulista, no coração do centro de São Paulo.
Militantes do PSol entraram no modo voto útil, e a estratégia adotada foi ressaltar que Guilherme Boulos está numericamente em segundo lugar nas pesquisas mais recentes, com maiores chances de ir ao segundo turno do que Márcio França (PSB) e Jilmar Tatto (PT).
Contam ainda como Márcio França não seria um representante tão virtuoso da esquerda. “Ele se diz de esquerda, mas ele é Alckmin, rapaz”, afirmavam militantes ontem, na Rua Direita, enquanto Guilherme Boulos cumprimentava transeuntes, no centro de São Paulo.
Se Boulos se mantém polido em relação ao Partido dos Trabalhadores, evitando comentar qualquer negociação de apoio, e se esquivando de fazer qualquer crítica ao candidato petista Jilmar Tatto; seus militantes se sentem mais livres para a crítica. “PT errou e não quer reconhecer, quer que toda a esquerda se dobre pra eles, mas o Tatto não empolga sabe por quê? Porque a família dele suga a zona sul”, afirmaram ao Metrópoles membros da União da Juventude Comunista, que militam para o PSol.
Enquanto a militância mirava os adversários da esquerda, Boulos se preocupava com a abstenção. A vantagem do ativista detectada nas pesquisas é pequena. Sua posição no segundo lugar se deve mais ao derretimento de Celso Russomanno (Republicanos) do que a um crescimento da campanha do PSol. Ele ainda está tecnicamente empatado com Márcio França (PSB).
Ao fim da carreata na avenida Paulista, o ativista do movimento dos sem-teto não quis fazer qualquer conclusão sobre a sua campanha, nem comentar apoios. “Fizemos uma campanha bonita, com engajamento. Eu prefiro fazer um balanço da campanha quando ela acabar, que vai ser no dia 30 de novembro, com a nossa vitória”, afirmou, emendando declaração defendendo que é um candidato competitivo para derrotar o atual prefeito.
“Eu estou em segundo lugar com apenas 17 segundos na televisão e com uma taxa de 40% de desconhecimento. Tenho uma rejeição mais baixa do que a do prefeito (Covas), depois de sermos atacados por 15 dias na televisão com fake news e mentiras. Eu tive mais tempo de direito de resposta no programa do Russomanno do que no meu próprio espaço na televisão. Eu faço sucesso nas redes sociais, mas elas têm um alcance limitado”, afirmou Guilherme Boulos.
O ativista vem afirmando que a única invasão que fará será “junto com povo de São Paulo, no prédio da Prefeitura”. Sem definir ainda como vai acompanhar os resultados da eleições no domingo, cogita um “um forrozão” para comemorar caso vá ao segundo turno.
Encontro com militantes de Mamãe Falei
O candidato Arthur do Val Mamãe Falei (Patriota), junto a integrantes do grupo de direita Movimento Brasil Livre (MBL), incluindo o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), faziam caminhada na avenida Paulista com militantes quando encontraram a carreata do adversário ideológico Guilherme Boulos (PSol), na altura do cruzamento com a avenida Brigadeiro Luís Antônio.
Parte da militância de Mamãe Falei chegou a cruzar a avenida para fazer provocações aos psolistas, mas foram convencidos a recuarem por conta da presença da Polícia Militar.
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Enquanto os militantes de Mamãe Falei gritavam “vai trabalhar, vagabundo” e “eu vim de graça” para os psolistas, os socialistas, por sua vez retrucaram com “bando de virgens” e “vocês nem sabem transar” aos militantes do candidato de direita, em sua grande maioria, rapazes adolescentes e homens jovens adultos.