Da esquerda à direita, deputados pedem cassação de Mamãe Falei
Presidente da Alesp, Carlão Pignatari (PSDB) afirmou que o caso não ficará sem resposta: “Nada será varrido para debaixo do tapete”
atualizado
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São Paulo – Deputados de todos os partidos e espectros políticos subiram à tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) nesta segunda-feira (7/3) para pedir punição ao deputado Arthur do Val (Podemos), o Mamãe Falei, após suas falas machistas sobre mulheres ucranianas.
A sessão plenária teve início às 14h e, até às 15h20, Arthur não havia aparecido no plenário. Após ser pressionado pela cúpula do Podemos, o parlamentar deve anunciar sua desfiliação do partido ainda nesta segunda. As falas do deputado foram reveladas em primeira mão pela coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, na última sexta-feira (4/3).
A deputada Mônica Seixas (PSol) disse que Arthur já recebeu duas advertências verbais isso não adiantou, e que é necessária uma punição mais grave.
“A política não pode ser o lugar de violência machista. Entramos com um pedido de cassação, e que dessa vez não tenha passada de pano, que não tenha colega se autoprotegendo. Amanhã é dia 8 de março, espero que a presidente do Conselho de Ética convoque uma reunião do conselho para acolher algum dos pedidos de cassação apresentados”, pediu.
O deputado Gil Diniz (PL) pediu a cassação do político do Movimento Brasil Livre (MBL), o chamou de “vagabundo”, “lixo” e “mau caráter”. “Todo cidadão de bem que tem uma mãe, uma irmã, uma esposa, que ouviu as palavras daquele lixo de ser humano, lixo de ser humano. O mínimo que esse parlamento pode fazer é cassá-lo, não tem espaço aqui para uma pessoa como esta”, afirmou.
O deputado Major Mecca (PSL) disse que “não aceitará menos que a cassação” de Do Val. Já o parlamentar Coronel Nishikawa (PSL) disse que se sentiu “envergonhado” ao ouvir os áudios e que as falas “envergonham o parlamento”.
Já no campo à esquerda, o deputado Carlos Giannazi (PSol) repudiou as falas e também pediu sua cassação. “Foi uma fala deplorável, execrável, além de machista, misógina, porque agride a dignidade humana não só das mulheres ucranianas, mas de todas as mulheres, mas também mostra a falta de empatia com o sofrimento alheio, uma pessoa que diz aquelas coisas no meio de uma guerra, é um sociopata, no mínimo, que não merece ter uma cadeira aqui na Assembleia”, falou.
Da mesma maneira, o deputado Paulo Fiorillo (PT) disse que “não se pode ofender as mulheres e achar que isso é normal”, e também defendeu a cassação.
O presidente da Alesp, deputado Carlão Pignatari (PSDB), afirmou que a Casa “repudia comportamentos sexistas e machistas” e que “nenhum caso ficará sem resposta, nada será varrido para debaixo do tapete”.
“É intolerável, principalmente nos tempos atuais, que as pessoas tenham comportamentos repugnantes, principalmente na função pública. As palavras, posições e decisões pessoais de um parlamentar não representam de forma alguma a Alesp, tampouco o conjunto de deputados e deputadas que a forma”, disse.