CUT e outras centrais sindicais apoiam greve dos caminhoneiros
Lideranças de caminhoneiros autônomos estão convocando paralisação para o dia 1° de novembro, mas governo espera baixa adesão
atualizado
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As lideranças de caminhoneiros que convocam uma greve nacional da categoria para a próxima segunda-feira, dia 1° de novembro, ganharam nesta quinta (28/10) o apoio de algumas das principais centrais sindicais do país. O suporte chega no momento em que o movimento sofre intensa pressão do governo federal, que tem indicado, por meio de declarações do ministro Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, não esperar uma greve de grandes proporções.
Uma nota conjunta em apoio às pautas dos caminhoneiros, como a redução do preço do diesel e a revisão da política de preços da Petrobras, foi divulgada pelas entidades sindicais no início da tarde desta quinta.
Assinam o documento a CUT (Central Única dos Trabalhadores); a Força Sindical; a UGT (União Geral dos Trabalhadores); a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil); a NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores); a CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros); a CSP-Conlutas; a Intersindical (Central da Classe Trabalhadora); a Pública (Central do Servidor) e a Intersindical Instrumento de Luta.
“Os caminhoneiros, através das suas organizações, têm atuado para viabilizar as demandas e propostas há muito apresentadas e que não têm obtido retorno por parte do governo federal. Não só não há retorno como os problemas têm se agravado”, diz a nota. “Nesse caso, a inflação se expressa na alta dos preços da energia elétrica e dos combustíveis, que são de responsabilidade do governo federal que, mais uma vez, nada faz. Neste ano a gasolina já acumula um aumento de 74% e o diesel, 65%. O impacto sobre os preços promove a carestia, como no caso do botijão de gás que custa em torno de R$ 100. A inflação anual já beira os 10%”, diz ainda o texto.
Reação do governo federal
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, afirmou na quarta-feira (27/10) não se arrepender de críticas que fez a “meia dúzia” de lideranças de caminhoneiros, durante evento na semana passada, em São Paulo.
“Sabe por que não? Quando a gente age com sinceridade, não tem que ter medo”, disse, em resposta à pergunta do Metrópoles. “O que eu falei no evento em São Paulo é o que eu falo para eles todos os dias. A minha fala foi dura, mas é uma fala verdadeira. Seu pai às vezes não é duro com você? Às vezes é. […] A verdade tem que ser dita”, completou o ministro, que almoçou hoje com deputados da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo.
No vídeo, que viralizou em grupos de caminhoneiros nessa terça-feira (26/10), o ministro disse não acreditar em uma greve de caminhoneiros de grandes proporções no próximo dia 1° de novembro e criticou duramente “meia dúzia de lideranças” que chamam paralisações frequentes.
Ao mesmo tempo, o governo tenta beneficiar a categoria com um auxílio-diesel de R$ 400 por mês, mas as lideranças têm dito que é pouco.