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Torres e ex-chefe da PF: viagem à Bahia foi por obras; delegados negam

Cúpula da PF na Bahia desmente depoimentos de Torres e Márcio Nunes sobre visita ao estado, pouco antes do 2º turno da eleição presidencial

atualizado

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PF Ex-Ministro da Justiça, Anderson Torres
1 de 1 PF Ex-Ministro da Justiça, Anderson Torres - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ex-diretor-geral da Polícia Federal Márcio Nunes prestou depoimento nessa quinta-feira (11/5) no âmbito do inquérito sobre suspeitas de uso político da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar o voto de eleitores no Nordeste em 2022. De acordo com membros da cúpula da PF na Bahia, Nunes e o então ministro da Justiça, Anderson Torres, visitaram o estado para tratar dos bloqueios realizados pela PRF no segundo turno. As informações são do G1.

No depoimento desta semana, Márcio Nunes argumentou ter ido à Bahia no final de outubro, junto a Anderson Torres, então ministro da Justiça, para visitar obras. Esse é o mesmo argumento de Torres.

Na ocasião, defende o ex-diretor-geral da PF, eles apenas teriam aproveitado a viagem para conversar com membros da organização sobre a estrutura de policiamento preparada para o segundo turno das eleições. O Nordeste é o maior reduto eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No entanto, as alegações de Nunes e as de Torres não convenceram os investigadores, que enxergam conflitos e contradições com as circunstâncias que de fato ocorreram. Um dos motivos é que, de acordo com os três delegados que integravam a cúpula da PF na Bahia à época, a motivação da visita de Torres e Nunes foi política. Não era esperada, foi de última hora e pegou a todos de surpresa.

A cúpula da PF no estado era formada por: o ex-superintendente Regional Leandro Almada; o ex-delegado regional executivo Flavio Albergaria e o ex-delegado de Combate ao Crime Organizado Marcelo Werner. De acordo com a reportagem, eles apontam motivação política para a visita e serão ouvidos pela Polícia Federal, também no âmbito do inquérito.

Compra de votos

Torres e Márcio Nunes se reuniram com os delegados no dia 25/10 do ano passado, durante aproximadamente 30 minutos. Os delegados presentes alegam que o então ministro da Justiça disse estar preocupado com possíveis crimes eleitorais, citando especialmente compra de votos. Ele alegou ter sido alertado acerca da prática desse crime na Bahia, durante o primeiro turno.

Foi nesse momento, de acordo com os delegados, que ele sugeriu à Polícia Federal o reforço do policiamento nas ruas, com efetivo integral, além de apontar uma mobilização conjunta com a PRF.

Anderson Torres foi preso no dia 14/1, pouco depois de assumir o comando da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Ele é suspeito de omissão acerca dos ataques golpistas contra as sedes dos Três Poderes, realizados em Brasília no dia 8/1. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liberdade provisória ao ex-ministro.

Márcio Nunes, pouco antes do fim do mandato do então presidente, Jair Bolsonaro (PL), foi designado à Embaixada do Brasil em Madrid.

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