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“Culpa é das pessoas”, diz paciente de Manaus ao receber alta em Goiás

Depois de 29 dias internado em Goiás, engenheiro elétrico volta para Manaus e reflete sobre a responsabilidade de todos na pandemia de Covid

atualizado

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Último paciente de Manaus internado pela Covid em Goiás deixa hospital
1 de 1 Último paciente de Manaus internado pela Covid em Goiás deixa hospital - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Goiânia – Depois de 29 dias internado e longe da família, o engenheiro elétrico Valderi Romão da Silva, de 51 anos, recebeu alta nesta quinta-feira (18/2) e deixou o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP), na Região Metropolitana de Goiânia (GO). Para ele, que chegou ao estado com 75% dos pulmões comprometidos, as pessoas brincaram com a Covid-19 e perderam o amor ao próximo.

Valderi é o último dos 14 pacientes que foram transferidos para a unidade de saúde a deixar o local. Dos demais, seis morreram e sete já voltaram para casa. Ele faz parte do primeiro grupo transferido pela Força Aérea Brasileira (FAB), no dia 18 de janeiro, auge da crise sanitária no Amazonas.

“Passei o ano todo, praticamente, isolado e não sei como peguei a doença. As pessoas, na verdade, são muito irresponsáveis, não têm amor à própria vida e nem à do próximo. Muitos estão brincando ainda. O que a gente vê no mundo todo é a irresponsabilidade das pessoas”, diz ele.

O engenheiro chegou a ser intubado e, nos últimos dias, estava na enfermaria. Ele viu o noticiário e acompanhou a repercussão das aglomerações no feriado de Carnaval. “Boa parte do que acontece é culpa das pessoas. A gente vê pelo próprio Carnaval, o que aconteceu. As pessoas não assumem a responsabilidade”, reflete.

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Engenheiro elétrico de 51 anos chegou a Goiás com 75% dos pulmões comprometidos
Valderi ficou impressionado com as notícias sobre aglomerações no Carnaval
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Valderi Romão ficou 29 dias internado em hospital em Aparecida de Goiânia

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Engenheiro elétrico de 51 anos chegou a Goiás com 75% dos pulmões comprometidos

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Valderi ficou impressionado com as notícias sobre aglomerações no Carnaval

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Emoção

Valderi deixou o hospital direto para o Aeroporto Internacional Santa Genoveva, em Goiânia, de onde partiria para Manaus às 19h45. Emocionado, ele disse que não via a hora de ver a família e conversar com o filho de 16 anos. Nesses dias de internação, o contato que ele teve com familiares foi por meio de chamadas de vídeo.

A situação enfrentada em Manaus era tão dramática que ele aceitou de imediato a oportunidade da transferência. “Não tinha o que fazer. Ou era isso ou eu morreria”, afirma. O quadro de saúde piorou rapidamente. Dias antes, ele achava que estava com gripe ou alergia. Chegou a tomar um antialérgico. Mas a severidade da doença se fez presente.

“Agora é ter paciência e me recuperar das sequelas”, diz ele, mostrando que ainda sente a respiração um pouco comprometida. Ele foi levado ao aeroporto por uma assessora técnica do Fundo de Promoção Social e Erradicação da Pobreza do governo do Amazonas.

Crise

Goiás recebeu, ao todo, 48 pacientes de Manaus após a crise no sistema de saúde do Amazonas. A esposa de um deles que viajou para fazer companhia ao marido apresentou sintomas assim que chegou à cidade e também foi internada, elevando o total para 49.

O Metrópoles contou as histórias de parte destes pacientes amazonenses que se recuperaram e voltaram para casa. Os relatos foram da falta extrema de ar e medo da morte até chegar ao alívio da cura.

Dos pacientes que vieram para Goiás, 14 foram levados para o Hmap e 35 para o Hospital de Urgências da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG). Três pacientes seguem internados no HC-UFG. Dois deles em estado grave na UTI.

Goiás segue em alerta diante da evolução do número de casos da doença. Além da alta taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19, há ainda a preocupação em relação a novas variantes do coronavírus que estão sendo identificadas no estado.

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