Crivella trocou chip de telefone durante investigação, afirma MP
O prefeito entregou o aparelho com o “inequívoco intuito de obstruir e, mais uma vez, dificultar ao bom andamento da investigação”
atualizado
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O Ministério Público afirmou que o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, preso nesta terça-feira (22/12), entregou ao oficial de Justiça um aparelho celular de outra pessoa com um chip antigo. As informações são do jornal O Globo.
Um trecho da denúncia diz que Crivella trocou de número de telefone pelo menos três vezes ao longo da investigação, sendo que durante um pedido de busca e apreensão em sua residência, “o mesmo inseriu um chip antigo em um aparelho de outra pessoa e o entregou ao oficial de justiça que presidia a diligência, com o inequívoco intuito de obstruir e, mais uma vez, dificultar ao bom andamento da investigação”.
No dia da operação Hades, o prefeito recusou-se a fornecer aos investigadores do Ministério Público do Rio e da Polícia Civil a senha do seu aparelho celular. Ele argumentou que o código é utilizado em outros dispositivos. O advogado de Crivella, Alberto Sampaio Junior, afirmou que partiu dele a instrução de não revelar a senha do celular.
Na primeira fase da operação, no momento em que eram cumpridos mandados de busca e apreensão na Riotur, apontada como balcão de negócios, Crivella ligou para o empresário Rafael Alves, principal suspeito do esquema de pagamentos de propinas na administração municipal.
Ao tocar, o celular de Rafael foi atendido por um dos delegados da operação, Clemente Nunes Machado Braune, da Coordenadoria de Investigações de Agentes com Foro. Ao ouvir um “alô”, o prefeito perguntou o que estava acontecendo na Riotur. Em seguida, quando descobriu que era o delegado, desligou rapidamente o aparelho.