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Crivella culpa “problemas históricos” por mortes e destruição no Rio

De acordo com o prefeito, 785 pontos da cidade estão sem luz e algumas das principais vias da cidade foram fechadas por segurança

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ALAGAMENTO NA AV. PAULA SOUSA NO BAIRRO DO MARACANA, ZONA NORTE DO RIO DE JANEIRO. RIO ENTRA EM ESTAGIO DE ATENCAO COM CHUVA FORTE NA NOITE DESTA SEGUNDA-FEIRA, 08.
1 de 1 ALAGAMENTO NA AV. PAULA SOUSA NO BAIRRO DO MARACANA, ZONA NORTE DO RIO DE JANEIRO. RIO ENTRA EM ESTAGIO DE ATENCAO COM CHUVA FORTE NA NOITE DESTA SEGUNDA-FEIRA, 08. - Foto: DELMIRO JUNIOR/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

No início da manhã desta terça-feira (9/4), mais de 12 horas após o início das chuvas, o prefeito Marcello Crivella (PRB) concedeu entrevista coletiva pedindo para que a população evite sair às ruas. Além da grande quantidade de chuvas em curto período de tempo, Crivella culpou a falta de investimento “histórica” na cidade e a falta de ajuda do governo federal. Três pessoas morreram.

“Temos milhares de famílias morando em áreas de risco, temos todos os rios e lagos poluídos, 11 mil quilômetros de estradas que precisam ser asfaltadas, 750 mil bueiros entupidos”, discursou o prefeito, que alega falta de recursos.

“Nossas parcerias com o governo federal, nesse primeiro ano Bolsonaro, praticamente pararam”, sustentou, afirmando que até mesmo contratos que foram assinados no ano passado, na gestão de Michel Temer, dependem de autorização do atual governo para serem colocados em prática.

As aulas da rede municipal de ensino foram suspensas. “Decretamos feriado nas escolas e pedimos para que ninguém que não precisa saia nas ruas. As chuvas que caíram são anormais, nenhum de nós esperava um volume desses”, disse Crivella em coletiva no Centro de Operações Rio (COR).

Crivella informou ainda que as regiões mais afetadas foram as zonas sul e oeste, e que deslizamentos graves só foram observados no morro da Babilônia, no Leme. Segundo ele, 785 pontos da cidade estão sem luz e algumas das principais vias da cidade foram fechadas por segurança, como a Grajaú-Jacarepaguá e o Alto da Boa Vista. “Foi uma coisa trágica”, reconheceu o prefeito.

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Ainda de acordo com o prefeito, cinco mil funcionários do município estão nas ruas na manhã desta terça. Crivella diz acreditar que a situação irá se normalizar nas próximas horas, mas ainda insistiu para que a população evite sair às ruas e, caso seja necessário, que utilize o transporte público.

O governador do Estado, Wilson Witzel (PSC), decretou ponto facultativo na região metropolitana do Rio e cancelou sua agenda externa, enquanto as aulas na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) também foram suspensas.

Mortes
A Polícia Militar confirmou que uma pessoa morreu na Rua Marquês de São Vicente, na Gávea, zona sul da cidade. Já no Morro da Babilônia, o Corpo de Bombeiros foi acionado para prestar socorro em um soterramento e informou que duas mulheres adultas morreram. As equipes continuam no local em busca de outras possíveis vítimas.

A força da água também causou o desabamento de mais um trecho da ciclovia Tim Maia, projetada para ligar o Leblon, na zona sul, à Barra da Tijuca, na zona oeste. Imagens foram divulgadas nas redes sociais.

A cidade entrou em estágio de atenção às 18h35. Às 20h55, passou para o estágio de crise — o mais grave de três níveis de risco, segundo a escala usada pela Prefeitura. Segundo a administração, em quatro horas choveu mais do que nos dias 6 e 7 de fevereiro, quando a chuva causou a morte de seis pessoas. Até as 23h, a Defesa Civil havia acionado 39 sirenes em 20 comunidades. Bombeiros haviam recorrido a botes para retirar alunos de uma escola na Gávea.

Crivella qualificou a chuva como “atípica” e afirmou ter havido um deslizamento na Avenida Niemeyer, que liga o Leblon a São Conrado, na zona sul. A via tinha sido interditada antes e não houve registro de feridos.

O prefeito elogiou a atuação dos agentes da Prefeitura e disse que eles iriam trabalhar para que o trânsito na cidade não fosse muito impactado. ”

A gente teve uma chuva forte de 152 milímetros nas últimas quatro horas na Rocinha e 162 milímetros em Copacabana. Essa é uma chuva completamente atípica. A gente sempre tem previsão de chuva forte, mas não assim com esse dobro de intensidade que é a média do mês de abril inteiro”, afirmou o prefeito.

Nas primeiras horas do dia, o bairro mais afetado era o Jardim Botânico, na zona sul, onde em quatro horas choveu 155,4 milímetros, mais do que o esperado para todo o mês de abril (136 mm), segundo a Prefeitura do Rio. Dezenas de carros foram arrastados pela água e até o calçamento foi arrancado pela força da enxurrada.

O segundo bairro mais prejudicado era o Alto da Boa Vista, na zona norte, onde choveu 102,6 mm, sendo que a média para todo o mês é de 193,8 mm. Na zona norte, o Rio Maracanã transbordou. Na zona sul, Botafogo e Laranjeiras registraram dezenas de alagamentos.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para esta terça é de tempo nublado a encoberto com pancadas de chuva e trovoadas fortes.

O sistema de transporte BRT Rio informou em sua conta no Twitter que o trecho entre as estações de Santa Cruz até Pingo D’Água, do corredor Transoeste, está temporariamente interrompido em razão das fortes chuvas.

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