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Indústria critica alta da Selic e prevê desaceleração da economia

Federações da indústria e confederação nacional criticaram a decisão do Copom do Banco Central (BC) de elevar a Selic para 13,25% ao ano

atualizado

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Indústria automotiva
1 de 1 Indústria automotiva - Foto: GettyImages

A indústria nacional criticou, ainda na noite desta quarta-feira (29/1), a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de elevar a taxa básica de juros do país (Selic). Na primeira reunião sob a presidência de Gabriel Galípolo, a Selic saltou de 12,25% ao ano para 13,25% ao ano — um aumento de 1 ponto percentual. A decisão foi unânime entre os nove integrantes do comitê.

Segundo a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), essa medida pode agravar a desaceleração econômica já esperada, prejudicando a geração de empregos, a renda das famílias e a própria arrecadação do governo.

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), por sua vez, afirmou que a elevação vai intensificar o processo de desaceleração da indústria nacional.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou o aumento de “injustificado” e disse que o BC não considerou os efeitos impactantes dos juros e a taxa de câmbio na própria inflação.


Entenda

  • A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação, que ficou acima do teto da meta em 2024 e caminha para novo descumprimento em 2025.
  • Em 2024, a taxa básica de juros do país fechou em 12,25% ao ano – voltando ao mesmo percentual de novembro de 2023.
  • O BC confirmou que deverá fazer mais uma elevação de 1 ponto percentual  na taxa Selic na próxima reunião, em março.
  • O mercado financeiro estima que a Selic ficará em 15% ao ano até o fim de 2025, segundo o relatório Focus.
  • Projeções mais recentes mostram que o mercado desacredita em um cenário em que a taxa de juros volte a ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula, que termina em 2026, e do mandato de Galípolo à frente do BC.

Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, afirmou que, com a alta da Selic, haverá uma redução da atividade econômica e do endividamento ainda maior. “No nosso entendimento, a taxa de juros já está elevada e não haveria necessidade de nova elevação. É muito mais um efeito psicológico para acalmar o mercado e segurar a taxa de câmbio, que contribuir para o combate inflacionário efetivo, já que a taxa já é de fato, muito alta”.

Como alternativa, a Fiemg defendeu medidas do governo federal que possam reduzir o gasto público e, com isso, parar todo esse ciclo de aumento de juros.

“Ñão há mais espaço para aumentar a carga tributária brasileira, que já é alta e é a população quem paga” e defendeu uma campanha da sociedade para que haja uma redução das despesas do governo, “porque precisamos interromper, o mais rápido possível, o aumento das taxas de juros”, disse Roscoe.

Já a Firjan lembrou que, recentemente, a produção industrial teve duas quedas consecutivas e está 15% abaixo do nível máximo da série histórica, alcançado em 2011. Essas informações são corroboradas pela quarta queda seguida no Índice de Confiança do Empresário Industrial, que iniciou 2025 apontando pessimismo.

“A alta dos juros não apenas compromete o desenvolvimento sustentável de setores estratégicos, mas também restringe os investimentos necessários para impulsionar a produtividade”, disse a entidade.

Citando um cenário global marcado por incertezas, a Firjan ainda disse ser “indispensável” uma reforma fiscal crível e estruturada que alivie o alto comprometimento com despesas obrigatórias e abra espaço para investimentos. “Sem isso, o dólar continuará pressionado, as expectativas de inflação permanecerão altas e os juros seguirão elevados.”

CNI

Em âmbito nacional, a CNI defendeu “um pacto nacional”, que envolva todos os Poderes, empresários e trabalhadores, pela criação de um consenso em torno de metas fiscais e de políticas econômicas estruturantes, com estímulos aos investimentos e busca pelo equilíbrio das contas públicas e pelo combate à inflação.

“Com a decisão, o Banco Central mostra que continua ponderando equivocadamente os fatos econômicos mais relevantes do cenário atual, principalmente no que diz respeito ao quadro fiscal e à desaceleração da atividade do país”, disse o presidente da CNI, Ricardo Alban.

Ainda de acordo com a confederação, a decisão não leva em conta os efeitos da aprovação do pacote fiscal, que ainda deve ser ampliado este ano, segundo declarações do governo federal, e a forte desaceleração do impulso fiscal, observada desde o segundo semestre de 2024 e que seguirá em 2025.

A CNI também citou as projeções de cumprimento da meta de resultado primário em 2024 e em 2025.

“Diante disso, fica evidente que o aumento [da Selic] representa mais custos financeiros para as empresas e os consumidores, e perda adicional e desnecessária de emprego e renda”, finalizou a CNI.

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