Crianças repatriadas de Gaza estão com insônia e ansiedade
Todos os 32 brasileiros repatriados de Gaza passaram por atendimento médico, segundo o Ministério da Saúde
atualizado
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O Ministério da Saúde informou, nesta terça-feira (14/11), que as crianças que foram repatriadas de Gaza estão com insônia e ansiedade. Esse quadro clínico é provocado devido à longa viagem do Oriente Médio para o Brasil e também em decorrência do aumento das tensões na região.
Nilton Pereira Junior, diretor do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência do Ministério da Saúde, declarou que alguns repatriados apresentam sintomas relacionados ao estresse, como cefaleia, insônia e ansiedade.
Segundo o representante do Sistema Único de Saúde (SUS), as crianças ainda se incomodam com barulho de avião por conta do trauma da guerra. Nesse sentido, a equipe está fazendo um trabalho de “lutoterapia”, por meio de brincadeiras. “Algumas delas não dormiram”, ressaltou.
Os 32 brasileiros que estavam em Gaza desembarcaram em Brasília nessa segunda-feira (13/11). Ao chegarem em solo nacional, eles foram direcionados a agentes do Ministério do Desenvolvimento Social e da Casa Civil, que devem providenciar identidades, auxiliar em pedidas de refúgio, oportunidades de emprego e no acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Os brasileiros chegaram ao Egito, onde embarcaram na aeronave cedida pela Presidência da República na manhã do último domingo (12/11). Eles deixaram Gaza depois de mais de um mês de espera para voltar para o Brasil após o início dos ataques israelenses à região.
O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, chegou a afirmar na segunda que duas crianças repatriadas estavam com um quadro de desnutrição. No entanto, a informação foi corrigida por Nilton Junior.
“Não há nenhum quadro de desnutrição ou desidratação”, disse o diretor do Ministério da Saúde. Ele ainda explicou que muitas crianças ainda recusam água pelo tipo que consumiam em gaza, que causava quadros de diarreia.
Segundo Nilton Junior, os brasileiros consumiam uma água inapropriada em Gaza. A situação era agravada devido a dificuldade de entrada de ajuda humanitária na região e o racionamento de água provocado pelas autoridades de Israel.
Os ataques a Gaza foram iniciados após o dia 7 de outubro, quando membros do grupo extremista Hamas invadiram o território israelense e deixaram ao menos 1.400 mortos e milhares de feridos, mirando principalmente alvos civis em um ataque terrorista.
Em resposta, as Forças Armadas de Israel têm realizado uma série de ataque com mísseis e incursões terrestres ao território de Gaza, que é dominado pelo Hamas desde que membros do grupo expulsam militares da Autoridade Palestina.
Com a escalada dos conflitos o governo federal iniciou uma intensa articulação diplomática com autoridades de Israel para liberações dos brasileiros que estavam na região.