Crianças e adolescentes representam 61,3% das vítimas de estupro no país
O Brasil contabilizou 66.020 casos de estupro em 2021, uma alta de 4,9% em relação ao ano anterior
atualizado
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O Brasil contabilizou, ao todo, 66.020 estupros em 2021, uma alta de 4,9% em relação ao ano anterior (62.917 registros). Desse total, a violência sexual contra vulneráveis – crianças e adolescentes de até 14 anos –, são a maioria, com 45.994 casos registrados (61,3%).
Os dados são do anuário Brasileiro da Segurança Pública, divulgado nesta terça-feira (28/6) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
O levantamento aponta forte concentração na faixa de 5 a 9 anos, que representa 19,1% das vítimas, e de 10 a 13 anos, que reúne 31,7% dos registros. Além disso, 9 em cada 10 vítimas de estupro tinham no máximo 29 anos quando sofreram a violência sexual.
Estes números correspondem ao total de vítimas que denunciaram o caso em uma delegacia de polícia. Os pesquisadores alertam que a subnotificação é significativa e, por isso, os números podem ser ainda maiores.
“No Brasil, os números monitorados pelo FBSP indicam que a maioria das vítimas são vulneráveis, o que, segundo a legislação, inclui crianças menores de 14 anos e/ou pessoas adultas incapazes de consentir, o que torna sua mensuração ainda mais difícil”, dizem os pesquisadores.
Boa parte dos abusadores são conhecidos da vítima, parentes, colegas ou mesmo o parceiro íntimo. Segundo o relatório, 9 em cada 10 casos registrados no ano de 2021 foram de autoria de um conhecido, considerando apenas os registros em que esta informação estava disponível.
Perfil das vítimas
Em relação ao perfil das vítimas, o padrão segue o mesmo: mulheres representam 88,2% das vítimas, sendo a maioria em todas as faixas etárias. Já as vítimas do sexo masculino são, majoritariamente, crianças.
Sobre o perfil étnico racial, 52,2% das vítimas eram negras, 46,9% brancas, e amarelos e indígenas somaram pouco menos de 1%.
Na última década (de 2012 a 2021), 583.156 pessoas foram vítimas de estupro e estupro de vulnerável no Brasil, segundo os registros policiais.
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