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Criança indígena “renasce” após 4 meses com marca-passo avariado

Menina de 7 anos tem bloqueio atrioventricular congênito. Sem avaliação, bateria do marca-passo ficou praticamente descarregada e falhou

atualizado

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Alice Irê Apinajé
1 de 1 Alice Irê Apinajé - Foto: null

Uma criança indígena ganhou nova vida após ficar mais de quatro meses com o marca-passo deteriorado, sob o risco de morrer, segundo avaliação médica, a qualquer momento. A menina passou por cirurgia urgente no Hospital Municipal de Araguaína (HMA), em Tocantins, na última sexta-feira (2/4).

Alice Irê Apinajé (foto em destaque), de 7 anos, tem bloqueio atrioventricular congênito. Ela usa marca-passo desde 2015, e nunca havia renovado a bateria do equipamento, que começou a falhar nos últimos meses.

Segundo o cardiologista Márcio Miranda Brito, que realizou a cirurgia na garota, o gerador do dispositivo, que tem por objetivo regular os batimentos cardíacos, estava exaurido, praticamente descarregado.

Por causa disso, a pequena passou a apresentar uma série de problemas, como cansaços e desmaios, além de ter ficado com a boca preta, devido à falta de circulação do sangue. O coração de Alice chegou a bater 35 vezes por minuto – a frequência cardíaca normal de uma criança da idade dela é de cerca de 100 batimentos por minuto.

“Há quatro ou seis meses, ele [marca-passo] ficou com a bateria capenga, já no fim da vida: hora funciona, hora não funciona. Quando a criança chegou para a gente, estava praticamente descarregado, não tinha mais bateria. Além disso, o cabo do marca-passo, que é o eletrodo, também estava ruim”, explica o especialista.

“Quando levantava, ela andava um quilômetro e já caía no chão. Mesmo sentada, ficando quieta, se sentia mal. Nesta semana, minha filha desmaiou e ficou com a boca preta. Fiquei com medo”, conta a mãe da garota, Aline Sousa Salvador Apinajé, de 23 anos.

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Alice Irê Apinajé, de 7 anos, tem um bloqueio atrioventricular congênito
Menina passou por uma cirurgia urgente no Hospital Municipal de Araguaína (HMA), em Tocantins
Aline Sousa Salvador Apinajé, de 23 anos
Alice Irê Apinajé, de 7 anos, ao lado da mãe, Aline Sousa Salvador Apinajé, de 23 anos
Alice Irê Apinajé, de 7 anos, tem um bloqueio atrioventricular congênito
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Menina passou por uma cirurgia urgente no Hospital Municipal de Araguaína (HMA), em Tocantins

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Geralmente, a bateria de um marca-passo dura cerca de cinco anos. Porém, devido à dificuldade – agravada com a pandemia de Covid-19 – de a criança realizar exames, uma vez que mora em aldeia indígena, não foi possível identificar, de forma antecipada, o término da bateria.

Inicialmente, o marca-passo implantando na garota era do tipo epicárdico, ou seja, por fora do coração. Com a cirurgia realizada no dia 2 de abril, o equipamento foi colocado via endocárdica, transvenoso.

Alice evoluiu e deverá receber alta nesta terça-feira (6/4), quando voltará para a aldeia Palmeiras, em Tocantinópolis, 590 km ao norte de Palmas, onde poderá voltar a andar de bicicleta e jogar futebol com as irmãs, de 3 e 5 anos.

“Quando chegou ao hospital, ela estava no local certo, na hora certa. Poderíamos dizer que ela renasceu. Se ela estivesse na aldeia, sem trocar o marca-passo, a qualquer momento poderia ser desencadeada uma arritmia cardíaca e vir a óbito”, avalia Brito, que é doutor em medicina pela Universidade de São Paulo (USP).

“Eu estava muito aflita, pois ela dizia que o coração batia fraco. E eu me sentia muito mal. Então, fiquei muito feliz com o resultado, agradeci ao doutor Márcio, mas primeiramente a Deus, que deu a vida a ela de novo”, afirma a mãe da garotinha.

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