Criança é resgatada com vida após desabamento de prédios no Rio
Não há informações precisas sobre o número de desaparecidos ou de pessoas que podem estar sob os escombros
atualizado
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Uma criança foi resgatada com vida dos escombros dos dois prédios que desabaram na manhã desta sexta-feira (12/4) no Condomínio Figueira, na comunidade da Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Com isso, chega a 13 o número de pessoas resgatadas. Mais dois corpos foram encontrados nos escombros pelos bombeiros. Como um homem que havia sido encontrado com vida morreu no hospital da Unimed, para onde tinha sido levado, subiu para cinco o número de mortos na tragédia.
Não há informações precisas sobre o número de desaparecidos ou de pessoas que podem estar sob os escombros. Segundo os moradores do condomínio, o prédio, recém-construído, estava com cinco apartamentos ocupados. O trabalho de resgate continua sem o uso de máquinas pesadas, já que há a possibilidade de encontrar sobreviventes.
A tragédia teve a primeira vítima identificada. Cláudio Rodrigues, 40 anos, morreu na tarde desta sexta-feira, no Hospital Municipal Lourenço Jorge, após se ferir no desabamento. Outras duas pessoas, um homem e uma criança, também perderam a vida, mas ainda não foram identificadas. Mais de uma dezena se machucou.
Cláudio, a esposa dele, Adilma Rodrigues, 35, e a filha, Clara, 8, mudaram-se para o prédio que desabou na semana passada. Mãe e filha estão internadas em estado grave. Cláudio foi retirado com vida dos escombros com traumatismo craniano. Durante o resgate, porém, ele sofreu quatro paradas cardíacas.
Ao menos 12 feridos foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros. A maior parte ainda não foi identificada. Os atendimentos estão concentrados nos hospitais Lourenço Couto, Miguel Couto e Unimed-Rio. Homens de seis batalhões dos bombeiros atuam no resgate.
Construções irregulares
Segundo a Prefeitura, os prédios que desabaram “eram construções não autorizadas pelos órgãos municipais”. Em nota, o governo informou que os edifícios estavam interditados desde novembro de 2018.
A região das construções, que inclui outros edifícios, é uma Área de Proteção Ambiental (APA) que só permite que casas sejam erguidas. “Na Muzema, as construções não obedecem aos parâmetros de edificações estabelecidos, como afastamento frontal, gabarito, ocupação, número de unidades e de vagas”, destaca a nota.
O Rio de Janeiro se encontra em estado de calamidade e tem enfrentado chuvas fortes nos últimos dias. Na segunda-feira (18), um temporal deixou 10 pessoas mortas e bairros submersos. Em 24 horas, a chuva chegou a 323 milímetros, de acordo com dados do Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden).
Veja imagens da tragédia:
Repercussão
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, lamentou o ocorrido. Ele usou sua conta oficial no Twitter para comentar a tragédia. “Infelizmente, já há mortos e feridos vítimas do desabamento. Nossos bombeiros, como sempre, fazendo seu melhor”, disse.
Após a tragédia, parlamentares cobraram mais ações da Prefeitura do Rio para diminuir a interferência de milícias na região. Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) pediu solidariedade às famílias afetadas.
A todo momento, parentes de vítimas e de atingidos chegam ao local em busca de informações. O Corpo de Bombeiros está atualizando uma lista com os nomes e contatos dos moradores dos edifícios que desmoronaram e das edificações vizinhas.
Entenda o caso
No início da manhã desta sexta (12), dois prédios de seis andares desabaram na Muzema, zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo relatos de moradores, as edificações ainda estavam em obras, mas algumas unidades já estavam ocupadas.
O bairro foi fortemente atingido pelos temporais que caíram no Rio desde o último domingo (7). Na região, segundo dados da Prefeitura do Rio, vivem 30 mil pessoas. Os trabalhos de resgate e identificação continuam.
Veja onde foi a tragédia: