Criança autista sofre bullying na escola e tenta tirar a própria vida
No Espírito Santo, menino de 10 anos ingeriu 45 comprimidos após chegar estressado em casa. Mãe diz que ele reclamava de bullying há 15 dias
atualizado
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Uma criança de 10 anos que tem Transtorno do Espectro Autista tentou tirar a própria vida em Serra, Região Metropolitana de Vitória (ES), após sofrer bullying na escola. A rapidez da família para levar o menino a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) foi determinante para que a equipe médica pudesse fazer o socorro.
O menino teria chegado da escola agitado e tomou um banho, de acordo com a indicação da mãe. Em seguida, engoliu 45 comprimidos de Depakeni, medicamento controlado que tomava apenas uma pílula por dia. De acordo com o portal Século Diário, ele disse para a mãe: “Agora você pode descansar e eu também”.
Entre a tentativa de suicídio por parte da criança e o atendimento na UPA foram 15 minutos. “A médica disse que essa rapidez foi muito importante para salvar a vida do meu filho”, desabafou a mãe ao portal. A família foi transferida para um hospital público de Vitória e, posteriormente, para Vila Velha.
A criança é acompanhada, desde então, por neuropsiquiatras e neuropediatras. De acordo com a mãe, que preferiu não se identificar, o menino reclamava de bullying há duas semanas. Ele tem a pele marcada por queimaduras devido a um acidente que quase o matou quando tinha apenas 9 meses.
“Ele estava muito nervoso a semana inteira. E na quinta-feira surtou na escola. Algum aluno disse que ele é burro ou feio. A pedagoga pegou ele, tentou acalmar, mas ela disse que ele estava muito nervoso, dizendo que não aguentava mais e que ia se matar”, contou a genitora.
“Na quinta-feira passada [17/2] eu entrei em contato com a pedagoga pedindo ajuda. Ela me acolheu, conversou comigo. Depois fizemos uma reunião na terça-feira [22/2] com todos os pais de filhos com deficiência. Saí muito satisfeita, confiante que seria um bom ano na escola para o meu filho, como foram os outros”, relembrou. De acordo com a mulher, o filho está estável, com risco reduzido de morte ou parada cardiorrespiratória.
Além de autismo, a criança tem diagnóstico de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Transtorno Opositor Desafiador (TOD) e deficiência intelectual.