metropoles.com

Lista para monitorar jornalistas é “censura indireta”, diz órgão do MPF

Segundo Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, medida viola a liberdade de expressão e informação prestada por meio da imprensa

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão do Ministério Público Federal (MPF), afirmou, em nota pública, que se caracteriza como “censura indireta” a criação de listas catalogando a opinião de jornalistas e cidadãos em geral.

O documento é assinado pelo procurador federal dos Direitos do Cidadão, Carlos Alberto Vilhena, e pela coordenadora do grupo de trabalho Liberdades: Consciência, Crença e Expressão, da PFDC, Mariane Guimarães de Melo Oliveira.

A nota refere-se à informação veiculada na imprensa de que o governo federal monitora a atuação e o posicionamento de jornalistas, blogueiros e influenciadores digitais. Segundo a matéria, relatório produzido sugeriria ainda ações a serem tomadas em relação a cada um dos citados.

De acordo com a nota pública, “a criação de embaraços diretos e indiretos – por lei, ato administrativo ou pela elaboração de listas catalogando a opinião de jornalistas e cidadãos em geral – ao exercício pleno de tal direito configura nítida violação à liberdade de expressão e à liberdade de informação prestada por meio da imprensa, caracterizando-se, inclusive, verdadeira medida de censura indireta”.

Os procuradores afirmam ainda que merece veemente repúdio esse tipo de monitoramento. Eles finalizam informando que será acionado o “órgão competente para apurar o cerceamento do direito à informação e à livre expressão política, as afrontas perpetradas à liberdade de expressão em face de seu conteúdo e o possível desvio de finalidade na destinação de recursos públicos para sua elaboração”.

Esse pedido terá como destino a Procuradoria da República no Distrito Federal, que possui competência para a apuração do caso.

Entenda

O governo federal contratou a empresa BR+ Comunicação para orientar como deveria lidar com um grupo de 81 jornalistas e “outros formadores de opinião” considerados influenciadores em redes sociais. O monitoramento incluiu o que é publicado sobre determinados órgãos ou autoridades.

Feito em arquivo Excel, o relatório separou os 81 “influenciadores” em três grupos: os “detratores” do governo Bolsonaro, do Ministério da Economia e do ministro Paulo Guedes (não fica claro quem dos três, no entender do relatório, o profissional estaria “detratando”), os “neutros informativos” e os “favoráveis”.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?