Creche em MG não tinha extintor nem alvará dos Bombeiros
O imóvel, antes, era usado como residência e sempre funcionou sem licença
atualizado
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Inaugurada em 2000, a creche municipal Gente Inocente, onde cinco crianças e uma professora morreram queimadas, não tinha extintor, sistema antifogo nem alvará do Corpo de Bombeiros. A prefeitura afirma que agora irá mapear todos os prédios públicos.
À reportagem, o coronel Primo Lara de Almeida, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, afirmou que antes o imóvel era usado como residência e sempre funcionou sem alvará. “A creche tem 200 metros quadrados e a necessidade do combate a incêndio era de projeto técnico simplificado”, disse. “Não havia sinalização de emergência, extintores nem monitoramento de brigada.”
Por volta das 9 horas de quinta-feira (5/10), o vigilante Damião Soares dos Santos, de 50 anos, entrou na unidade, lançou material inflamável sobre as crianças e em seu próprio corpo, e ateou fogo, que se alastrou rapidamente. Em meio ao tumulto, as pessoas tentaram apagar o incêndio com baldes de água e resgatar as vítimas das chamas e da fumaça.“Por causa da dinâmica de como as coisas aconteceram, independentemente de ter todo o aparato, o resultado seria o mesmo, porque a queima foi muito rápida”, disse Almeida.
Segundo o coronel, a prefeitura de Janaúba solicitou aos Bombeiros, após a tragédia, que vistoriassem todos os prédios municipais. O orgão confirmou a informação.
“Para ele [o prefeito], estava tudo ok, porque já vinha de outras gestões”, afirmou Almeida. “Infelizmente, no Brasil, só depois que acontece o fato é que se corre atrás.”
“Tenho a tranquilidade de dizer que não me pesa nenhuma culpabilidade pelo que aconteceu. Isso vem desde 2000 [ano de inauguração da creche]”, afirmou o prefeito de Janaúba, Carlos Isaildon Mendes (PSDB).
“O cidadão de Janaúba percebe o esforço que estamos fazendo para recuperar a cidade e trabalhar”, disse. “Muito embora haja o pesar de uma tragédia tão grande como essa, naturalmente isso vai servir de lição não só para Janaúba, mas para o Brasil inteiro.”