Cracolândia de SP registra aumento de usuários pelo 3º mês seguido
“Gatinha da Cracolândia” foi presa por venda de drogas no local. Prefeitura de São Paulo dobrou o efetivo para coibir tráfico na região
atualizado
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O número de usuários de drogas que frequentam a Cracolândia, na região central de São Paulo, aumentou pelo terceiro mês seguido desde abril, em comparação com o mesmo período no ano passado, segundo a Prefeitura de São Paulo.
Desde março, quando a quantidade de usuários vinha em ritmo de queda, foram registrados aumentos mensais, com ápice foi em junho, quando a administração municipal calculou a presença de 722 pessoas na Cracolândia, número 24% maior do que o mesmo mês em 2020.
Em função disso, desde a última sexta-feira (19/7), a Guarda Civil Metropolitana (GCM) dobrou o efetivo que atua na região. De 80 passou para 166 o número de agentes que fazem a segurança no entorno.
Além de monitorar a ação dos usuários, o efetivo tem impedido a montagem de barracas, medida estabelecida desde a megaoperação policial na Cracolândia, em maio de 2017, que desmantelou a estrutura montada pelo crime organizado.
De lá para cá, porém, as barracas onde os traficantes comercializam as drogas longe dos olhos da polícia voltaram a fazer parte do cenário desolador do lugar. Era escondida sob lonas e tecidos que Lorraine Bauer, a gatinha da Cracolândia, presa nessa quinta-feira (22/7) acusada de chefiar o tráfico de drogas na região, vendia entorpecentes a usuários, segundo imagens divulgadas pela Polícia Civil e usadas para embasar seu pedido de prisão.
Segundo nota divulgada pela GCM, “a existência das tendas dificulta ou até, em certos momentos, inviabiliza a atuação das equipes de limpeza, saúde e assistência social devido a ações violentas de criminosos que as utilizam”.
Na mesma época da megaoperação policial, a prefeitura instaurou o Projeto Redenção, com a proposta de substituir outra política pública voltada aos usuários de drogas da Cracolândia, a De Braços Abertos.
Ao contrário da iniciativa deflagrada pela gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), o Projeto Redenção, feito pela gestão de João Doria (PSDB), não focava na política de redução de danos, quando o tratamento tolera o uso de drogas. Foram montados abrigos e uma estrutura para atender os usuários interessados em internações psiquiátricas que acabaram desmontadas durante a gestão de Bruno Covas (PSDB).