CPMI do 8/1 discute e vota relatório de Eliziane Gama; acompanhe
Relatório de Eliziane na CPMI pede indiciamento de Bolsonaro e mais 60 pessoas. Oposição apresentou “relatório paralelo”
atualizado
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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro do Congresso Nacional discute e vota, nesta quarta-feira (18/10), o relatório final dos trabalhos do colegiado. O documento, lido pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) na última terça-feira (17/10), pede o indiciamento de 61 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos crimes de associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de estado.
Entre membros e não-membros da CPMI, 35 parlamentares se inscreveram para participar da discussão. Os membros têm 10 minutos cada para falarem contra ou a favor do relatório de Eliziane. Já os não-membros terão três minutos cada.
A sessão de terça-feira foi suspensa após pedido de vista. A oposição leu dois votos em separado, que pediram, dentre outros pontos, o indiciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e do ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias.
Mesmo sem participar da CPMI, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi até a sessão e falou por três minutos após ser citada. Ela foi a única parlamentar com pedido de indiciamento feito no texto da relatora. Zambelli disse ter sido “acusada sem provas”.
Acompanhe a sessão:
O relatório de Eliziane aponta Bolsonaro como o maior culpado pelos atos golpistas de janeiro, fazendo a construção de uma narrativa que remonta da postura dele à frente da Presidência, com críticas aos outros poderes, em especial ao Supremo Tribunal Federal (STF), e ressaltando que a violência do 8 de janeiro foi precedida por uma “violência simbólica”.
Se o parecer da senadora for aprovado pela maioria, que é governista, o texto da oposição não será votado.
“Normalizada no primeiro escalão da República, a virulência verbal se disseminou entre o cordão de apoiadores do ex-presidente, que a utilizou como instrumento para calar as críticas e desqualificar os críticos, em uma escalada de agressividade e intolerância que culminaria com a tentativa de supressão material da própria oportunidade de diálogo, por meio do ataque às instituições democráticas”, escreveu Eliziane.
No relatório, a senadora, que integra a base do governo Lula, pede o indiciamento de cinco ex-ministros de Bolsonaro, e incluiu ex-comandantes das Forças Armadas, sendo eles Almir Garnier, da Marinha, Marco Antônio Freire Gomes, do Exército. Também estão na lista policiais militares do Distrito Federal, incluindo o ex-comandante da corporação Fábio Augusto Vieira.
Se aprovado, o documento é enviado aos órgãos competentes, como Ministério Público, que decidem se vão seguir ou não com as denúncias.
Confira a lista dos indiciados no relatório de Eliziane:
- Jair Messias Bolsonaro – ex-presidente da República;
- Walter Souza Braga Netto – general ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, e candidato a vice na chapa de Bolsonaro;
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira – general ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
- Luiz Eduardo Ramos – general ex-ministro da Casa Civil
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira – general ex-ministro da Defesa
- Almir Garnier Santos – almirante ex-comandante da Marinha
- Marco Antônio Freire Gomes – general ex-comandante do Exército
- Mauro César Barbosa Cid – tenente-coronel ex-chefe da Ajudância de Ordens e braço-direito de Bolsonaro
- Luís Marcos dos Reis – ex-ajudante de Ordens de Bolsonaro
- Ailton Gonçalves Moraes Barros – major do Exército
- Antônio Franco Filho – coronel ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde
- Jean Lawand Júnior – coronel do Exército
- Anderson Gustavo Torres – ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-secretário de Segurança Pública do DF
- Marília Ferreira de Alencar – diretora de inteligência do Ministério da Justiça na gestão Torres
- Silvinei Vasques – ex-diretor-geral da Polícia-Rodoviária Federal (PRF)
- Carlos José Russo Assumpção Penteado – general do Exército, então secretário-executivo do GSI;
- Carlos Feitosa Rodrigues – general de Exército, então chefe da Secretaria de Coordenação e Segurança Presidencial do GSI;
- Wanderli Baptista da Silva Junior – coronel do Exército, então diretor-adjunto do Departamento de Segurança Presidencial do GSI;
- André Luiz Furtado Garcia – coronel do Exército, então coordenador-geral de Segurança de Instalações do GSI;
- Alex Marcos Barbosa Santos – tenente-coronel do Exército, então coordenador-adjunto da Coordenação Geral de Segurança de Instalações;
- José Eduardo Natale de Paula Pereira, major do Exército, então integrante da Coordenaria de Segurança de Instalações do GSI;
- Laércio da Costa Júnior, sargento do Exército, então encarregado de segurança de instalações do GSI;
- Alexandre Santos de Amorim, coronel do Exército, então coordenador-geral de Análise de Risco do GSI;
- Jader Silva Santos, tenente-coronel da PM-DF, então subchefe da Coordenadoria de Análise de Risco do GSI.
- Fábio Augusto Vieira – ex-comandante-geral da PM-DF
- Klepter Rosa Gonçalves – ex-subcomandante da PM-DF
- Jorge Eduardo Barreto Naime – ex-comandante do Departamento de Operações (DOp) da PM-DF
- Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra – então comandante em exercício do DOp
- Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues – comandante do 1º CPR da PM-DF
- Flávio Silvestre de Alencar – comandante em exercício do 6º Batalhão da PM-DF
- Rafael Pereira Martins – chefe de um dos destacamentos do BPChoque da PM no dia 8 de janeiro
- Filipe Garcia Martins Pereira – assessor-especial para Assuntos Internacionais da Presidência da
República na gestão Bolsonaro; - Tércio Arnaud Tomaz – assessor especial de Bolsonaro, apontado como integrante de um “núcleo formador” de desinformação;
- Fernando Nascimento Pessoa – ex-assessor de Flávio Bolsonaro, apontado como integrante de um “núcleo formador” de desinformação;
- José Matheus Sales Gomes – assessor especial de Bolsonaro apontado como integrante de um “núcleo formador” de desinformação;
- Alexandre Carlos de Souza e Silva – policial rodoviário federal
- Marcelo de Ávila – policial rodoviário federal
- Maurício Junot – empresário
- Carla Zambelli Salgado de Oliveira – deputada federal
- Marcelo Costa Câmara – coronel ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
- Ridauto Lúcio Fernandes – general da reserva do Exército e integrante do grupo”kids pretos”, termo que remete a militares que concluíram o curso de Forças Especiais do Exército Brasileiro;
- Meyer Nigri – empresário
- Adauto Lúcio de Mesquita – empresário
- Joveci Xavier de Andrade – empresário
- Ricardo Pereira Cunha – empresário
- Mauriro Soares de Jesus – empresário
- Enric Juvenal da Costa Laureano – empresário
- Antônio Galvan – presidente da Aprosoja Brasil
- Jeferson da Rocha – advogado
- Vitor Geraldo Gaiardo – presidente do Sindicato Rural de Jataí (GO)
- Humberto Falcão – sojicultor e empresário
- Luciano Jayme Guimarães – sojicultor e presidente do Sindicato Rural de Rio Verde (GO)
- José Alípio Fernandes da Silveira – sojicultor e presidente da Andaterra
- Valdir Edemar Fries – sojicultor
- Júlio Augusto Gomes Nunes – comerciante
- Joel Ragagnin – sojicultor e presidente da Aprosoja Goiás
- Lucas Costa Beber – sojicultor e vice-presidente da Aprosoja Mato Grosso
- Alan Juliani – sojicultor e presidente da Aprosoja Bahia
- George Washington de Oliveira Sousa – condenado por tentativa de atentado a bomba no aeroporto de Brasília
- Alan Diego dos Santos Rodrigues – condenado por tentativa de atentado a bomba no aeroporto de Brasília
- Wellington Macedo de Souza – condenado por tentativa de atentado a bomba no aeroporto de Brasília