Em CPI, Ronaldinho Gaúcho nega relação com empresa investigada
Esta é a terceira vez que a comissão tenta ouvir o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho, sócio de empresa suspeita de pirâmide financeira
atualizado
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras da Câmara dos Deputados ouve, nesta quinta-feira (31/8), o empresário e ex-jogador de futebol Ronaldo de Assis Moreira, o Ronaldinho Gaúcho.
Na semana passada, ele não compareceu em duas ocasiões. A defesa afirmou, em um primeiro momento, que o ex-atleta não havia sido intimado. Depois, na última na quinta-feira (24/8), que ele não conseguiu se deslocar até Brasília por causa das fortes chuvas que atingiram Porto Alegre.
Os deputados federais Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) e Ricardo Silva (PSD-SP), respectivamente presidente e relator da CPI, já falaram em pedir a condução coercitiva de Ronaldinho caso ele não compareça ao depoimento.
A comissão investiga a atuação da empresa 18K Ronaldinho. O ex-atleta alega não ter qualquer relação com a empresa ou seus sócios e diz ter tido o nome e a imagem utilizados sem autorização.
“Fui, em verdade, vítima dos senhores Rafael e Marcelo, ora investigados pelo MP e pela polícia, que utilizam o meu nome indevidamente. Os senhores Rafael e Marcelo utilizaram minha imagem captada para a promoção de relógios indevidamente”, destacou.
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que o ex-jogador poderá ficar em silêncio durante o depoimento. Em diferentes momentos da audiência, o ex-jogador de futebol usou a decisão para não responder os questionamentos dos parlamentares.
Durante a fala inicial, Ronaldinho disse ter firmado contrato com a empresa 18K Watches para a criação de uma linha de relógios, nomeada 18K Ronaldinho. O ex-atleta esclareceu que seu irmão, Roberto de Assis Moreira, também ouvido pela CPI, é responsável pela assinatura de contratos comerciais.
Os dois defendem que a empresa 18K Ronaldinho Comércio e Participações Ltda, dos sócios Rafael Oliveira e Marcelo Lara, utilizaram o apelido do ex-jogador no nome fantasia da companhia de forma indevida. As imagens utilizadas pela empresa de criptomoedas teriam sido retiradas, sem autorização, da campanha publicitária para venda de relógios.
“O que eu mais quero é que [os sócios] sejam pegos para que eu também possa limpar meu nome, fico muito triste pelos outros e se um dia eu puder ajudar essas pessoas que foram enganadas, pra mim vai ser motivo de muita alegria”, finalizou Ronaldinho.
Ronaldinho Gaúcho foi convocado a depor após ser apontado como um dos fundadores da empresa 18k, suspeita de pirâmide financeira. Chama-se de pirâmide financeira um esquema irregular e insustentável que gera dinheiro por meio da adesão desenfreada de novos participantes – pode haver ou não a venda de produtos ou serviços.
A CPI investiga empresas acusadas de divulgar informações falsas sobre projetos e promessas de alto rendimento para atrair novas vítimas e sustentar pirâmides financeiras.
Veja o depoimento: