CPI: empresário acusado de financiar fake news poderá manter silêncio
Otávio Oscar Fakhoury teve pedido de habeas corpus atendido pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal
atualizado
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O depoimento marcado para esta quinta-feira (30/9) na CPI da Covid-19 no Senado é o do empresário e militante bolsonarista Otávio Oscar Fakhoury. Na noite desta quarta (29/9), a defesa dele informou que conseguiu junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) um habeas corpus que lhe dá o direito ao silêncio contra a autoincriminação e a proibição de sua prisão por exercer essa prerrogativa.
A decisão foi do ministro Dias Toffoli, que atendeu pedido da defesa de Fakhoury, presidida pelo advogado João Manssur.
A convocação do empresário para a Comissão Parlamentar de Inquérito ocorreu porque ele é apontado como suposto financiador da disseminação de fake news sobre a pandemia do novo coronavírus.
Autor do requerimento que possibilitou a convocação, o vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), defende que documentos obtidos pela comissão apontam que Fakhoury “foi identificado como o maior financiador dos canais de disseminação de notícias falsas”.
Segundo o requerimento, o empresário teria financiado canais como o Instituto Força Brasil, Terça Livre e Brasil Paralelo. “Esses canais estimularam o uso de tratamento precoce sem eficácia comprovada, aglomeração e diversas outras fake news sobre a pandemia”, justifica Randolfe no pedido.
Os senadores também querem saber a relação do Instituto Força Brasil com o governo federal, uma vez que a entidade teria facilitado o acesso da Davati Medical Suplly a Élcio Franco, então secretário-executivo do Ministério da Saúde.
Empresário e político
Desde julho deste ano, Fakhoury preside o diretório paulista do PTB, partido comandado pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson, que está preso. A entrada do empresário no PTB é parte de um movimento idealizado por Jefferson para transformar a sigla em uma referência para políticos que se identificam como conservadores.