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CPI do 8/1 retoma trabalhos com depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi preso no dia 3 de maio. Ele é considerado uma das peças-chaves para as investigações do 8/1

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Chegada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), que será ouvido pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro nesta terça-feira (11)
1 de 1 Chegada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), que será ouvido pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro nesta terça-feira (11) - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), presta depoimento, nesta terça-feira (11/7), na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, a partir das 9h. O depoimento de Cid era aguardado para a semana passada, mas, em meio ao esforço concentrado da Câmara dos Deputados, as sessões foram adiadas.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi preso no dia 3 de maio na Operação Venire, que apura suposto esquema de fraudes nos cartões de vacinação. Mauro Cid  é considerado uma das peças-chaves para as investigações sobre os ataques do 8 de Janeiro.

Com o colegiado de volta aos trabalhos, Mauro Cid deve explicar sobre as mensagens divulgadas pela Polícia Federal (PF) em que é sugerido um golpe de Estado após as eleições presidenciais do ano passado, que resultaram na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, o tenente-coronel informou a integrantes do Exército que pretende comparecer fardado a seu depoimento.

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Tenente-coronel do Exército, Mauro Cid firmou acordo de colaboração premiada com o STF

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Quebra de sigilo

Ao Metrópoles o deputado Duarte Jr (PSB-MA) afirmou que vai solicitar a quebra de sigilo bancário e fiscal dos parentes de Mauro Cid. “Vou pedir a quebra do sigilo bancário e fiscal dos familiares do Mauro Cid. Do pai e do irmão. O irmão dele estava envolvido no gabinete do ódio e também tinha uma empresa lá nos Estados Unidos para poder proteger o patrimônio dele e operar sem transparência”, disse.

A empresa citada por Duarte faz parte de uma das fortunas da família Cid, que tem negócios milionários nos Estados Unidos, como mostrou reportagem do Metrópoles em maio.

CPMI do 8 de Janeiro recebeu, nesta segunda-feira (10/7), do Banco Central, a primeira quebra de sigilo bancário de um investigado da comissão. O alvo foi o coronel do Exército Jean Lawand Junior.

Composta por 16 deputados e 16 senadores, a comissão tem a maioria da bancada formada por integrantes da base governista, superando oposição e partidos independentes. Em acordo, os membros da comissão descartaram convidar o ex-presidente Jair Bolsonaro neste primeiro momento.

Segundo o deputado, é necessário colher mais depoimentos que liguem Bolsonaro aos fatos ocorridos.

“A chamada dele, a convocação, tem que ser fundamentada, com estudo e investigação com base em provas reais. Para isso é importante ter esses outros depoimentos. O Anderson Torres, por exemplo [pode contribuir].”

Duarte também destaca que a CPI está “tendo a atenção que merece” dos brasileiros: “As oitivas estão tendo atenção que merecem. [A CPI] está começando a ter a visibilidade que precisa. Ela busca identificar quem financiou [atos antidemocráticos] e quem são os privilegiados por um mandato, pelo dinheiro que colaboraram e praticaram esses atos terroristas”, declarou.

Depoimento obrigatório

Em 26 de junho, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o coronel é obrigado a prestar depoimento à CPMI. Ele pode ser acompanhado por advogados e tem o direito de ficar em silêncio para não responder a perguntas que o incriminem.

O comparecimento de Cid na Comissão é fruto da aprovação de vários requerimentos de convocação, de autoria dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (PT-ES), Rogério Carvalho (PT-SE), Ana Paula Lobato (PSB-MA), Eliziane Gama (PSD-MA), relatora do colegiado, e do senador licenciado Marcos do Val (ES).

Há também requerimentos dos seguintes deputados: Rafael Brito (MDB-AL), Rogério Correia (PT-MG), Rubens Pereira Júnior (PT-MA), Erika Hilton (PSOL-SP), Henrique Vieira (PSOL-RJ), Duarte Jr. (PSB-MA), Duda Salabert (PDT-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Mensagens

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Cid com Bolsonaro no debate da TV Globo, na antevéspera do segundo turno das eleições de 2022
Ex-presidente Jair Bolsonaro em viagem à Flórida, nos Estados Unidos, em março de 2020
Cid com Bolsonaro em viagem aos Estados Unidos em março de 2020
A dupla Bolsonaro-Cid, em viagem ao Catar, em 2021
O ajudante de ordens carregava a pasta e era o guardião do telefone do ex-presidente
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Cid com Bolsonaro no debate da TV Globo, na antevéspera do segundo turno das eleições de 2022

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Ex-presidente Jair Bolsonaro em viagem à Flórida, nos Estados Unidos, em março de 2020

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Bolsonaro embarca para a Suíça, em janeiro de 2019: Cid estava sempre próximo

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Cid com Bolsonaro, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2019

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Acompanhado do ajudante de ordens, Bolsonaro visita museu em Dallas, nos Estados Unidos, em 2019

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Mensagens obtidas pela PF no celular analisado revelam um dos diálogos entre Cid e o então subchefe do Estado Maior do Exército, coronel Jean Laward Junior. A conversa ocorreu dias antes do fim do mandato de Bolsonaro e mostra frases como: “O presidente vai ser preso”, “Ferrou, vai ter que ser no voto”, “Pelo amor de Deus, faz alguma coisa”, e “Convença o 01 a salvar este país”.

Lawand e Mauro Cid mantiveram contato mesmo após a derrota de Bolsonaro nas urnas, no fim de 2022. Nas conversas que tiveram durante o período, o coronel cobrou, em diversos momentos, um plano para “salvar” o país, além de algo prático para contestar o resultado das eleições.

Além dos diálogos divulgados pela PF entre oficiais do Exército e reservistas sobre o envolvimento das Forças Armadas, foi encontrada a minuta de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) que poderia servir de base para um suposto golpe de Estado.

Prisão

Cid está preso desde 3 de maio, quando foi deflagrada a Operação Venire, que apura suposto esquema de fraudes nos cartões de vacinação que teria à frente o militar, e que envolveria Bolsonaro, a filha do ex-presidente e pessoas próximas.

A PF apura se Cid cometeu os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação, peculato eletrônico e corrupção de menores.

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