CPI do 8/1: relatora pede convocação de almirante Garnier, da Marinha
O militar foi citado na delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudantes de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
atualizado
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A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou, nesta quinta-feira (21/9), que solicitou a convocação do almirante de esquadra da Marinha Almir Garnier, ex-comandante da Força. O militar foi citado na delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Eu espero que na terça-feira a gente de fato possa aprovar [a convocação]”, disse. “Eu acho que diante do fato de hoje, o almirante passa a ser uma pessoa absolutamente fundamental [para a CPI] e volta do Mauro Cid. Eu elencaria essas duas figuras como muito centrais para a reta final dos trabalhos da CPMI”, disse a relatora.
À PF, Cid teria dito que a reunião que o então presidente Jair Bolsonaro teve, no ano passado, com a cúpula das Forças Armadas e seus ministros mais próximos não resultou em uma proposta de golpe de Estado porque a ideia de intervenção militar não foi aceita por unanimidade.
Ele também citou o almirante Garnier, que teria afirmado ao ex-presidente que suas tropas estariam prontas para responder à convocação de Bolsonaro. O Comando do Exército, no entanto, conforme Cid, teria ficado contra a ideia de golpe e contra o consequente impedimento da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O almirante Garnier é o mesmo que se recusou a comparecer à cerimônia de entrega do cargo ao comandante Marcos Sampaio Olsen no governo Lula. Vale lembrar que no dia 13 de dezembro de 2022, um dia depois que bolsonaristas tentaram invadir a sede da PF em Brasília, houve as comemorações do Dia do Marinheiro.
Na ocasião, Bolsonaro mandou uma mensagem à tropa: “Os fuzileiros navais, com sacrifício da própria vida, lutaram e sempre lutarão para impedir qualquer iniciativa arbitrária que possa vir a solapar o interesse do nosso país”.
No evento, que aconteceu no Grupamento de Fuzileiros Navais em Brasília, Almir Garnier disse que Bolsonaro contava “com a minha, com a sua, com a nossa Marinha”.