CPI do 8/1 aprova plano de trabalho com investigações desde o 2º turno
Plano foi apresentado nesta terça-feira pela relatora Eliziane Gama. Documento detalha os 180 dias previstos para a atuação da CPI
atualizado
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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) aprovou nesta terça-feira (6/6) o plano de trabalho encaminhado pela relatora Eliziane Gama (PSD-MA). O colegiado foi instalado para apurar os ataques às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro.
Já na quarta-feira (7/6), o grupo decidirá pela convocação e convite dos ex-ministros Anderson Torres e general Augusto Heleno. Eles atuaram durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Ministério da Justiça e no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), respectivamente. Entre outros que devem ser convocados, estão Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro; Ricardo Cappelli, ex-ministro interino do GSI; e Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI.
O plano de trabalho foi aprovado com 18 votos favoráveis e 12 contrários. O documento refere-se aos 180 dias previstos para a atuação do colegiado, que podem ser estendidos.
Composta por 16 deputados e 16 senadores, a comissão tem a maioria da bancada formada por integrantes da base governista, superando oposição e partidos independentes. O colegiado funcionará todas as quintas-feiras, às 9h.
Segundo a relatora, o objetivo do plano de trabalho é reconstruir os caminhos que levaram à depredação no dia 8 de janeiro, começando pela data do segundo turno presidencial, 30 de outubro. O dia foi marcado por bloqueios de vias no país.
“Apresentamos as linhas gerais de investigação, sem prejuízo de que novos fatos conexos possam vir a ser incluídos nesta relação”, diz o documento. Entre os pontos estão:
- A atuação de Anderson Torres, enquanto ministro da Justiça e Segurança Pública, e sua relação com a ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e com o seu então diretor, Silvinei Vasques, no segundo turno das eleições e diante das manifestações golpistas ocorridas nas rodovias nacionais logo após o resultado das eleições.
- A atuação de Anderson Torres, enquanto secretário de Segurança Pública do Distrito Federal; os acontecimentos dos dias 12 e 24 de dezembro de 2022.
- Os acampamentos na região do Quartel-General do Exército e os atos antidemocráticos contra as sedes dos Três Poderes para identificar seus mentores, financiadores e executores.
- O planejamento e a atuação dos órgãos de Segurança Pública da União e do Distrito Federal no dia 8 de janeiro, bem como o apagão na execução das medidas de contenção.
- As manifestações públicas e em redes sociais de agentes políticos contra o resultado das eleições; A relação do tenente-coronel Mauro Cid com pessoas envolvidas com o fato determinado investigado por esta CPMI e com eventuais conspirações golpistas; a atuação dos órgãos das Forças Armadas e sua relação com os acampamentos na região do Quartel-General do Exército.
Veja a lista dos 37 nomes que podem ser ouvidos na comissão:
- Adauto Lucio de Mesquita, empresário suspeito de ser financiador.
- Ainesten Espírito Santo Mascarenhas, empresário suspeito de ser financiador.
- Ailton Barros, ex-major próximo de Bolsonaro.
- Alan Diego dos Santos, condenado por participação na explosão de bomba no aeroporto.
- Albert Alisson Gomes Mascarenhas, suspeito de participar dos atos.
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF.
- Antônio Elcio Franco Filho, coronel e ex-integrante do governo Bolsonaro.
- Argino Bedin, empresário suspeito de ser financiador.
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI.
- Diomar Pedrassani, empresário suspeito de ser financiador.
- Edilson Antonio Piaia, empresário suspeito de ser financiador.
- Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da PMDF.
- Fernando de Souza Oliveira, ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
- George Washington de Oliveira Sousa, condenado por participação na explosão de bomba no aeroporto.
- Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP).
- Jeferson Henrique Ribeiro Silveira, motorista do caminhão-tanque em que foi colocada a bomba.
- Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal.
- Jorge Teixeira de Lima, Delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
- José Carlos Pedrassani, suspeito de ser financiador.
- Joveci Xavier de Andrade, suspeito de ser financiador.
- Júlio Danilo Souza Ferreira, ex-secretário de Segurança do DF.
- Leandro Pedrassani, suspeito de ser financiador.
- Leonardo de Castro Cardoso, diretor de Combate à Corrupção e Crime Organizado (Decor) da Polícia Civil do Distrito Federal.
- Marcelo Fernandes, delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
- Márcio Nunes de Oliveira, ex-diretor-geral da Polícia Federal.
- Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
- Marília Ferreira de Alencar, então subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
- Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
- Milton Rodrigues Neves, delegado da Polícia Federal.
- Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e ex-chefe interino do Departamento de Operações (DOP) da PMDF.
- Ricardo Garcia Cappelli, ex-ministro interino do GSI.
- Roberta Bedin, suspeita de ser financiadora.
- Robson Cândido da Silva, delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
- Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal.
- Wellington Macedo de Souza, suspeito de envolvimento no episódio da bomba.
- Valdir Pires Dantas Filho, perito da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.