CPI do 8/1: “Abriu porta para o golpe”, diz deputado do PSol a Torres
O deputado federal e pastor Henrique Vieira criticou o ex-secretário de segurança do Distrito Federal Anderson Torres, que depõe nesta terça
atualizado
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O deputado federal pastor Henrique Vieira (PSol-RJ) criticou o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres, que depõe nesta nesta terça-feira (8/8) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro. “Avalio que o senhor abriu a porta para o golpe”, acusou Vieira.
“Senhor, nada é pessoal. Eu procuro, inclusive, afastar a vingança e o ódio do meu coração. Mas, na minha visão, alguém abriu a porta estrategicamente para o golpe, e avalio que vossa senhoria é essa pessoa”, ressaltou o parlamentar do PSol.
Além disso, o deputado afirmou que, com base no relato do major Flávio Alencar, da Polícia Militar do Distrito Federal, preso em maio durante a 12ª fase da Operação Lesa Pátria, Anderson Torres comandava a Secretaria de maneira informal – implicando que, portanto, Torres não estaria preparado para o cargo.
“Tenho a fala do major Flávio Silvestre Alencar, que diz: ‘havia um comando de uma maneira informal. Nesses 17 anos de serviço, nunca fui escalado verbalmente para atuar numa operação ou manifestação’. Ou seja, deu tudo errado e o máximo que o senhor consegue dizer é que assinou um protocolo, viajou, e alguém que estava sob subordinação falhou”, ressaltou Vieira.
“O que está sendo colocado aqui é o seguinte: a Polícia Militar era a responsável, vinculada ao governador do DF e ao senhor; o senhor aprova um PAI [Protocolo de Ações Integradas], suas férias começam na segunda, viaja na sexta, e o senhor está dizendo que houve falha no cumprimento desse protocolo”, completou o deputado.
“Minha participação sempre foi técnica”, rebateu Torres. “Nem tudo é técnico, a gente tem responsabilidade por nossas posições”, Vieira respondeu.
O deputado ainda ressaltou que Torres terceiriza a culpa na falha de segurança durante os atos de 8/1 e que é muito conveniente a data da viagem do ex-secretário.
Nesta terça, em oitiva à CPMI, Anderson Torres afirmou que não foi alertado sobre os atos antidemocráticos em Brasília. Às vésperas dos ataques às sedes dos Três Poderes, ele viajou para Orlando, nos Estados Unidos, com a família.
“Se eu tivesse recebido qualquer alerta ou informe de inteligência indicando o risco iminente de violência e vandalismo, não teria viajado”, disse ele.