CPI da Prevent Senior ouvirá empresa responsável por prontuários
Comissão da Câmara Municipal de São Paulo investiga se houve alteração dos prontuários de Covid nos hospitais da operadora
atualizado
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São Paulo – Instalada em 7 de outubro do ano passado, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Prevent Senior na Câmara Municipal de São Paulo retomou as atividades na semana passada, com a oitiva de familiares de vítimas da Covid-19 que foram internadas na rede.
Na sessão da próxima quinta-feira (17/2), a CPI vai ouvir o médico Paulo Saldivas, autor de um estudo sobre as mortes pela doença ocorridas em hospitais da rede pública e privada de São Paulo. Receberá ainda um representante da Tech Sallus, responsável pelos prontuários eletrônicos da Prevent.
O depoimento da empresa será importante, porque a CPI suspeita que pode ter havido alteração de prontuários e atestados de óbitos dos pacientes para diminuir a quantidade de registros de mortes e casos de Covid-19.
A ideia é colher informações suficientes, de testemunhas e documentos, para chegar aos donos da operadora de saúde, segundo o que o vereador Antônio Donato (PT), presidente da CPI, disse ao Metrópoles no ano passado.
A comissão foi um dos frutos do relatório da CPI da Pandemia do Senado Federal, já que a maior parte dos hospitais da Prevent Senior está na capital paulista, e busca apurar irregularidades envolvendo a empresa.
Ampla, a CPI possui diversas linhas de investigação, sendo uma delas as denúncias relacionadas ao uso de medicamentos sem comprovação para Covid-19 e a possível subnotificação de casos e de óbitos pela doença. Outra frente consiste em verificar como os órgãos públicos agiram para fiscalizar a operadora, por isso foram ouvidos membros das secretarias municipal e estadual de Saúde e da Vigilância Sanitária.
Os depoimentos são definidos pela CPI semana a semana, de acordo com deliberações feitas pelos cinco vereadores que a compõem. Além disso, os parlamentares também votam sobre requisições de documentos que sejam úteis às investigações.
Desde que teve início, a Comissão já ouviu médicos que trabalhavam nos hospitais da Prevent que elaboraram um dossiê com denúncias envolvendo a atuação da operadora durante a pandemia, e médicos de alto escalão acusados de serem os responsáveis pelos protocolos de atendimento na rede.
As oitivas também tratam sobre como era a relação de trabalho entre a Prevent Senior e seus profissionais de saúde. Em depoimentos, alguns médicos relataram pressão para realizar atendimentos rápidos para aumentar o número de pessoas recebidas no pronto-socorro e limitação de exames que os médicos poderiam pedir.