CPI da Covid pede que MPF apure se Wajngarten deu falso testemunho
Parlamentares afirmaram que ex-secretário de Comunicação teria mentido durante depoimento à comissão nesta quarta-feira (12/5)
atualizado
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O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), anunciou que vai enviar ao Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) requerimento solicitando a análise das declarações dadas pelo ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten nesta quarta-feira (12/5).
Aziz atendeu um pedido do senador Humberto Costa (PT-PE). “Trata-se de percepções de diversos senadores sobre o depoimento da testemunha ouvida na data de hoje, sendo certo que cabe ao ilustre MPF, nos termos do § 3º do art. 58 da Constituição Federal e do art. 151 do Regimento Interno do Senado Federal, a responsabilização civil ou criminal do infrator”, diz trecho do despacho.
“É importante que o Ministério Público averigue se o depoente infringiu o Código Penal, oferecendo a esta Comissão Parlamentar de Inquérito falso testemunho ou falsa perícia”, acrescenta.
Veja a íntegra do documento:
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Wajngarten foi convocado após revelar, em entrevista à revista Veja, que o Ministério da Saúde falhou na aquisição de vacinas contra a Covid-19, sobretudo na compra de doses da Pfizer, que havia contatado o governo brasileiro em agosto de 2020. Ele chegou a usar a palavra “incompetência”.
Segundo o ex-secretário, houve “mau assessoramento” de Bolsonaro na condução da pandemia do novo coronavírus no Brasil. Mas ele negou a existência de um “ministério paralelo”.
O ex-secretário relatou ter se reunido com diretores da Pfizer para discutir cláusulas e, assim, conseguiu reduzir preços e obter compromissos de antecipação da entrega de lotes do imunizante, mas o acordo não prosperou.
Os parlamentares afirmaram que Wajngarten teria mentido durante depoimento na CPI da Covid ao dizer que não tinha conhecimento da existência de um “ministério paralelo”.
“Vossa senhoria é a prova da existência dessa consultoria [paralela] porque iniciou essa negociação, dizendo-se em nome do presidente. É a prova. Vossa excelência é a primeira pessoa que incrimina o presidente da República”, declarou Renan Calheiros (MDB-AL), que pediu a prisão do ex-secretário , acrescentando que vai requisitar os áudios à revista.
Wajngarten é o quinto a depor. Antes dele, os senadores ouviram o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, e os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, além do atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.