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CPI convoca fotógrafo sobre 8/1 e entidades sindicais criticam decisão

Fotógrafo Adriano Machado, da Reuters, presenciou depredação no Palácio do Planalto durante manifestação antidemocrática

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Foto colorida do momento em que o repórter fotográfico Adriano Machado da Agência Reuters tira foto de bolsonaristas no Palácio do Planalto - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida do momento em que o repórter fotográfico Adriano Machado da Agência Reuters tira foto de bolsonaristas no Palácio do Planalto - Metrópoles - Foto: Reprodução

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas de 8 de janeiro aprovou, nesta quinta-feira (3/8), a convocação do repórter fotográfico Adriano Machado, da Agência Reuters. O profissional estava no Palácio do Planalto nas manifestações dos golpistas e registrou a depredação de bolsonaristas na sede do Executivo.

A convocação do fotógrafo foi apresentada pela oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e recebeu o apoio do presidente da CPMI, o deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA).

No entanto, entidades sindicais de comunicação repudiam a convocação do profissional de imprensa, que estava no local para registrar a ação dos vândalos.

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) protestam contra a convocação e afirmam por meio de nota que a decisão tenta intimidar e constranger todos os repórteres, fotógrafos ou não.

“A convocação – caso realmente seja concretizada – deve ser entendida como uma tentativa de intimidar e constranger não apenas Machado, mas também todos os demais repórteres – fotográficos ou não – que deveriam receber dos políticos e governantes garantias para o pleno exercício profissional. Se concretizada, será um grave precedente contra a livre atuação dos profissionais”, destacaram ABI e Fenaj.

Além disso, o comunicado apresentado pela ABI e Fenaj ressalta que a convocação de jornalistas representa regimes autoritários, que tem como objetivo intimidar e constranger profissionais de imprensa. “O depoimento do jornalista em nada contribuirá para a identificação dos responsáveis pelos atos terroristas. Suas fotos, sim”, completou.

Intimidação

Na mesma linha, a Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos no Estado de São Paulo (Arfoc-SP) salientou que a convocação de Adriano Machado se mostra uma forma de intimidar a imprensa brasileira.

“A convocação de um profissional da imprensa para prestar depoimento em uma investigação como essa é não apenas questionável, mas também pode ser interpretada como uma tentativa de intimidar e cercear a liberdade de imprensa. É imperativo lembrar que a Constituição Brasileira garante o direito à liberdade de expressão e à livre atuação da imprensa, pilares fundamentais de uma democracia saudável”, apontou a Arfoc-SP.

O presidente da CPI de 8 de janeiro afirmou que a convocação do fotógrafo acontece porque ele teria testemunhado o crime, que foi a depredação do Palácio do Planalto.

“Eu assumo isso com toda tranquilidade. Eu tenho a noção de que todos nós parlamentares, vocês jornalistas, têm que ter seu direito preservado. Não estou dizendo que ele cometeu delito, mas obviamente ele é testemunha”, disse o presidente da comissão.

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