CPI: assessor de Bolsonaro tenta desqualificar depoente por ser do PT
Tenente Mosart Aragão se juntou a esforço para tentar contrapor falas de vítimas da pandemia na CPI da Covid-19
atualizado
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Um assessor direto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o tenente Mosart Aragão, usou sua conta no Twitter nesta segunda-feira (18/10) para tentar desqualificar um dos depoentes da CPI da Covid-19, insinuando razões políticas para a fala no dia em que vítimas e parentes de mortos pelo coronavírus foram ouvidos pelos senadores.
“É só puxar a capivara e olha o que aparece!”, escreveu o militar, que acompanha o dia a dia de Bolsonaro, sobre o depoente Arquivaldo Bites, que perdeu o irmão caçula para a doença e se recupera de sequelas após ele mesmo ter pego Covid.
Na imagem, o assessor da Presidência da República indica que o depoente é filiado ao PT. Aragão também retuitou uma postagem que acusou os senadores da CPI de usarem “caixões como palanque político”.
Veja a postagem do tenente:
“Algo macabro, triste e lamentável”
O assessor de Bolsonaro se juntou a um esforço de políticos e apoiadores do presidente para tentar contrapor as fortes falas das vítimas da Covid na CPI. Mais cedo, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) saiu em defesa do pai e criticou a audiência pública realizada pela CPI nesta segunda-feira.
O parlamentar classificou a sessão do colegiado como “algo macabro, triste e lamentável”. “Pessoas foram escolhidas a dedo para virem à CPI e falar mal do presidente. Pessoas com histórico de militância contra o presidente vieram com o compromisso de responsabilizar Bolsonaro pela morte de seus familiares”, criticou.
O senador defendeu que “Bolsonaro fez e continuará fazendo o que está ao seu alcance”. “O governo Bolsonaro fez o dever de casa, fez os cortes necessários, diminuiu despesas, tudo para permitir que tivéssemos condições de amparar quem mais precisa”, insistiu.
“Todas as vacinas aplicadas foram viabilizadas pelo presidente Bolsonaro. Presidente Bolsonaro impediu o caos no Brasil”, prosseguiu o filho 01 do presidente.
Em sua fala na CPI, Arquivaldo Bites relatou a difícil convivência com as sequelas da Covid e lamentou que o presidente Bolsonaro não siga regras de distanciamento ou use máscaras, pois suas atitudes servem como exemplo para milhões de pessoas.
Arquivaldo é irmão de um professor goiano preso em abril por levar no carro uma faixa com a frase “Bolsonaro genocida”. Os PMs que o prenderam acabaram investigados pela corporação.