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Covid: “Vacinação de crianças não tem relação com aulas”, diz Queiroga

Declaração foi concedida horas antes da audiência pública promovida pelo Ministério da Saúde sobre a imunização de crianças de 5 a 11 anos

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Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, assina portaria para fortalecimento da terapia renal substitutiva no Sistema Único de Saúde (SUS) 2
1 de 1 Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, assina portaria para fortalecimento da terapia renal substitutiva no Sistema Único de Saúde (SUS) 2 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, nesta terça-feira (4/1), que a vacinação de crianças contra a Covid-19 não tem relação com o início do ano letivo.

A declaração foi dada horas antes da audiência pública promovida pelo Ministério da Saúde sobre a imunização de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19, com o imunizante da Pfizer.

O uso das doses pediátricas da vacina foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 16 de dezembro. No entanto, cabe ao Ministério da Saúde adquirir o imunizante e incluir o público infantil no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Questionado se a vacinação de crianças será iniciada antes do retorno às aulas presenciais, o ministro afirmou que não há necessidade de imunizar este público para que o ano letivo seja retomado.

“Vacinação não tem relação com aula, inclusive a Unicef já pontuou isso, a ONU, a OMS. [É necessário] parar de criar espuma em relação a questões que são secundárias em relação ao enfrentamento da pandemia”, afirmou o cardiologista.

Queiroga também defendeu que o estudo divulgado pelo Ministério da Saúde na consulta pública sobre o tema traz evidências científicas sobre a vacinação infantil. O ministro afirmou que o governo não deve tomar decisões baseadas somente em “opinião de especialistas”.

“[É preciso decidir] se a gente vai tomar as decisões baseadas em estudos randomizados, em ciência de melhor qualidade, ou se toma só baseada em opinião de especialista. Às vezes são especialistas que não são tão especialistas assim”, finalizou.

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A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anos
A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármaco
Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no Brasil
Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizações
De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos
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A Anvisa aprovou, em 16 de dezembro, a aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Para isso, será usada uma versão pediátrica da vacina, denominada Comirnaty

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A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anos

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A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármaco

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Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no Brasil

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Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizações

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De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos

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Contudo, desde o aval para a aplicação da vacina em crianças, a Anvisa vem sofrendo críticas de Bolsonaro, de apoiadores do presidente e de grupos antivacina

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Para discutir imunização infantil, o Ministério da Saúde abriu consulta pública e anunciou que a vacinação pediátrica teria início em 14 de janeiro. Além disso, a apresentação de prescrição médica não será obrigatória

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Inicialmente, a intenção do governo era exigir prescrição. No entanto, após a audiência pública realizada com médicos e pesquisadores, o ministério decidiu recuar

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De acordo com a pasta, o imunizante usado será o da farmacêutica Pfizer e o intervalo sugerido entre cada dose será de oito semanas. Caso o menor não esteja acompanhado dos pais, ele deverá apresentar termo por escrito assinado pelo responsável

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Além disso, apesar de não ser necessária a prescrição médica para vacinação, o governo federal recomenda que os pais procurem um profissional da saúde antes de levar os filhos para tomar a vacina

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Segundo dados da Pfizer, cerca de 7% das crianças que receberam uma dose da vacina apresentaram alguma reação, mas em apenas 3,5% os eventos tinham relação com o imunizante. Nenhum deles foi grave

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Países como Israel, Chile, Canadá, Colômbia, Reino Unido, Argentina e Cuba, e a própria União Europeia, por exemplo, são alguns dos locais que autorizaram a vacinação contra a Covid-19 em crianças

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Nos Estados Unidos, a imunização infantil teve início em 3 de novembro. Até o momento, mais de 5 milhões de crianças já receberam a vacina contra Covid-19. Nenhuma morte foi registrada e eventos adversos graves foram raros

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A decisão do Ministério da Saúde de prolongar o intervalo das doses do imunizante contraria a orientação da Anvisa, que defende uma pausa de três semanas entre uma aplicação e outra para crianças de 5 a 11 anos

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Audiência pública

Às 10h desta terça-feira, o governo apresenta, em audiência, os resultados da consulta pública finalizada em 2 de janeiro sobre vacinação infantil contra Covid-19. Foram colhidas cerca de 20 mil contribuições da sociedade.

Além de representantes do Ministério da Saúde, a audiência pública, realizada na sede da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), terá participação de membros da sociedade científica.

De acordo com Queiroga, foram convocados o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Conselho Nacional do Ministério Público Federal (CNMPF), entre outras entidades.

Início da vacinação

A promessa do governo é que, na próxima quarta-feira (5/1), serão formalizados a recomendação e os parâmetros da imunização dessa faixa etária.

Na segunda-feira (3/1), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, adiantou que as doses para esse público devem chegar em 10 de janeiro, e a campanha será iniciada na segunda quinzena do mês.

Sem apresentar detalhes, Queiroga afirmou que a vacinação infantil “está bem definida, de maneira clara e transparente” e a pasta tem uma “ampla discussão com a sociedade” sobre o tema.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) é contra a possibilidade e defende a exigência de prescrição médica para a aplicação do imunizante em crianças. Na contramão, ao menos 20 estados já descartaram a medida.

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