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Covid: para frear contágio, Goiânia adota isolamento intermitente

Comércio não essencial fará revezamento de 14 dias fechado, com 14 dias de funcionamento. Decreto foi publicado neste sábado (13/3)

atualizado

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Descumprimento de decreto contra Covid pelo comércio em Goiânia
1 de 1 Descumprimento de decreto contra Covid pelo comércio em Goiânia - Foto: Vinicius Schmidt/Metrópoles

A Prefeitura de Goiânia publicou neste sábado (13/3) o Decreto nº 1.897, que adota o isolamento intermitente como medida obrigatória para o enfrentamento emergencial da Covid-19. Dessa forma, o comércio ficará fechado por mais 14 dias, para depois funcionar por 14 dias.

De acordo com o novo decreto, as atividades não essenciais terão funcionamento suspenso a partir de segunda (15/3), seguidos por 14 dias de funcionamento, sucessivamente. O documento afirma que a medida é obrigatória em todo o município de Goiânia.

Aos supermercados e congêneres, fica restrita a venda de alimentos, bebidas, produtos de higiene, saúde e limpeza.

Nesses locais, será permitida a entrada de apenas uma pessoa por família; exceto em casos que é necessário acompanhamento especial. Lojas de conveniências devem permanecer fechadas.

Aulas

Para hotéis, pousadas e correlatos, o limite máximo de acomodação é de 65%. Nos estabelecimentos privados de ensino regular nas etapas infantil, fundamental e médio, as aulas foram novamente suspensas, ficando restritas à modalidade remota.

Conforme o decreto, foi permitida a volta do atendimento em sistema drive-thru e pegue e leve em bares e restaurantes. A questão foi motivo de protesto pelos donos dos estabelecimentos na última quarta-feira (10/3) na capital.

O funcionamento de igrejas e templos religiosos também está suspenso, sem a realização de missas ou cultos, apenas os atendimentos individuais estão permitidos. Nessa sexta-feira (12/3), uma liminar já havia suspendido as atividades religiosas coletivas no município.

Reunião

O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), se reuniu de forma virtual, neste sábado (13/3), com prefeitos da Região Metropolitana. Na ocasião, ele voltou a dizer que só a abertura de novos leitos não é suficiente para solucionar a crise sanitária provocada pela pandemia do coronavírus.

“Compreendemos a gravidade do momento em que Goiânia e Goiás vivem mas, como eu tenho dito, a simples abertura de leitos não é garantia de sobrevivência. Estamos empenhados em vencer esta pandemia com a participação de todos”, afirmou Cruz.

Na ocasião, Cruz informou que o decreto da Prefeitura de Goiânia acompanharia o decreto do Governo do Estado.

Durante o encontro, o secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, apresentou números e alertou para a gravidade do momento. “A situação é calamitosa, enfrentamos dificuldade em vagas, uma vez que existe limite físico e humano para abertura de leitos.”

O gestor da pasta ressaltou ainda que a saúde municipal conseguiu abrir um credenciamento emergencial em tempo mínimo, recebendo, em três dias, 7 mil pessoas e já tem mais de 350 credenciadas.

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Algumas lideranças religiosas têm defendido a abertura dos templos, mesmo com a pandemia avançando
Apesar da opção de transmissão de cultos e missas pela internet, muitos templos defendem eventos presenciais
Donas de estabelecimentos do setor de bares e restaurantes seguram cartaz de protesto em frente à prefeitura de Goiânia, na semana passada
Cartazes expressavam a indignação dos donos de bares e restaurantes de Goiânia
Manifestante no protesto dos bares e restaurantes de Goiânia contra as medidas restritivas
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Rogério Cruz foi diagnosticado com Covid-19 pela terceira vez

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Algumas lideranças religiosas têm defendido a abertura dos templos, mesmo com a pandemia avançando

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Apesar da opção de transmissão de cultos e missas pela internet, muitos templos defendem eventos presenciais

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Donas de estabelecimentos do setor de bares e restaurantes seguram cartaz de protesto em frente à prefeitura de Goiânia, na semana passada

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Cartazes expressavam a indignação dos donos de bares e restaurantes de Goiânia

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Manifestante no protesto dos bares e restaurantes de Goiânia contra as medidas restritivas

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Na fase mais crítica da Covid, em Goiás, pacientes em estado grave chegaram a ser intubados nas enfermarias

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"Estamos sendo penalizados e sofrendo há um ano já", diz Danillo Ramos, proprietário do Piry Bar e Restaurante

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Entregador de moto

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Lotação segue sendo uma realidade no transporte público de Goiânia e região

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Ações

Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia mostram que, em um ano de pandemia, 472 leitos foram abertos, sendo 262 em UTI e 210 nas enfermarias. A perspectiva é de abertura de mais 10 leitos de UTI e 20 de enfermaria no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG). Ainda segundo a SMS, devem ser criados mais 10 leitos no Hospital e Maternidade Célia Câmara.

“Por outro lado, estes mesmos leitos nunca foram ocupados tão rapidamente. É como se criássemos um leito já com mais de um ocupante. Hoje, por exemplo, temos 259 pacientes internados, chegando bem perto dos 100% de ocupação”, alertou Durval Pedroso.

Fiscalização

Cerca de 150 auditores fiscais e guardas civis metropolitanos trabalham para coibir irregularidades. Segundo balanço realizado pela Central de Fiscalização Covid-19, do início do último decreto, 1º de março, até a última quinta-feira (11/3), foram realizadas 6.917 abordagens, resultando em 82 notificações e 114 autuações a estabelecimentos que descumpriam as normas vigentes.

Ao todo, 440 estabelecimentos comerciais foram fechados, sendo em sua maioria, academias, distribuidoras de bebidas e lanchonetes.

Testagem

Goiânia segue com a testagem por antígeno no intuito de isolar pessoas assintomáticas e frear a transmissão, considerando o crescimento exponencial dos casos da Covid-19.

Nessa sexta-feira (12/3), a testagem foi feita por agendamento, evitando aglomeração no momento mais crítico da pandemia. E o resultado preocupa. Foram feitos 2.365 testes em seis regiões, finalizando com 239 positivos, o que representa mais de 10% de todos os testes. Nas regiões Norte e Noroeste, os resultados positivos chegaram aos 11,4% e 12%, respectivamente, os maiores da testagem.

O secretário municipal de saúde, Durval Pedroso, alerta que as últimas 8 testagens apontaram índices alarmantes, com média de 13,73% de casos positivos.

“Já são oito semanas de testagem apontando mais de 10% de positivos entre os testados. Isso mostra que os casos seguem aumentando e que é necessário redobrar os cuidados, isolar os assintomáticos e monitorar as regiões que apresentam maior transmissibilidade do vírus”, esclarece.

A primeira testagem ampliada foi feita em 5/8/20 e, até a sexta (12/3), já foram 134.674 pessoas testadas. Em 16.168 delas, foi detectado o novo coronavírus, mantendo a média de 12% de casos positivos apontada na semana passada.

Boletim epidemiológico

Segundo o boletim divulgado na sexta-feira (12/3), Goiânia já tem 121.242 casos confirmados do novo coronavírus, sendo que 639 foram notificados em 24 horas. Desde o início da pandemia, a capital perdeu 2.943 vidas para a Covid-19.

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