Covid: “Não se pode ignorar que quadro está piorando”, alerta Fiocruz
Prognóstico ocorre em meio ao aumento de adoecimentos e internações causados pela variante Ômicron
atualizado
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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) fez um alerta diante do aumento das internações por Covid-19, doença causada pelo coronavírus: “Não se pode ignorar que o quadro está piorando”. O prognóstico ocorre em meio ao aumento de adoecimentos e internações causados pela variante Ômicron, que tem sido muito mais contagiosa do que as demais cepas.
Em nota técnica publicada nesta quarta-feira (26/1), a Fiocruz traçou o aumento de internações em leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) após a virada do ano. A alta chega a 143%.
“Há ainda uma proporção da população que não recebeu o reforço e, assim, fica mais suscetível a formas mais graves da infecção com a Ômicron; e, principalmente, há uma parte da população não vacinada, muito mais suscetível”, salienta a entidade.
Diante do panorama, a fundação saiu, mais uma vez, em defesa da vacinação e seus efeitos. “Pessoas que já receberam a dose de reforço são pouco suscetíveis a essas internações, embora comorbidades graves ou idade avançada possam deixá-las vulneráveis”, frisa a entidade.
Os técnicos da Fiocruz estão preocupados com a temporada de verão, quando são comuns os registros de aglomerações, a negligência com o uso de máscaras de boa qualidade, bem como o desrespeito à necessidade de isolamento por tempo adequado na ocorrência ou suspeita da infecção.
“É fundamental empreender esforços para avançar na vacinação e controlar a disseminação da Covid-19, com o endurecimento da obrigatoriedade de uso de máscaras e de passaporte vacinal em locais públicos, e deflagrar campanhas para orientar a população sobre o autoisolamento ao aparecimento de sintomas, evitando, inclusive, a transmissão intradomiciliar”, aconselham.
Aumento de internações
Conforme previam os órgãos de saúde, houve um aumento de 143% na taxa de internação de adultos em leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) destinados ao tratamento da Covid-19 no Brasil.
Os dados mostram que, em 20 de dezembro, foram notificadas 2.139 hospitalizações; em 24 de janeiro, o número saltou para 5.200. Em sete unidades da Federação, o aumento acendeu o nível de alerta “crítico”, que corresponde a uma taxa de ocupação de leitos acima de 80%. São eles: Distrito Federal (98%), Rio Grande do Norte (83%), Goiás (82%), Piauí (82%), Pernambuco (81%), Espírito Santo (80%) e Mato Grosso do Sul (80%).
Outros 12 estados estavam na faixa de ocupação entre 60% e 79%, ou seja, alerta “médio”, e sete se encontravam abaixo de 60%. Em 20 de dezembro, nenhuma unidade federativa passava dos 80%.